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Gás butano chega ao interior de comboio após reabilitação de linha férrea

A entrega de gás butano ao interior de Angola está a ser feita pela Sonangol através de comboio, numa viagem de mais de 1000 quilómetros, informou a empresa.

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Em causa está a distribuição de gás com recurso ao Caminho de Ferro de Benguela (CFB), entre Lobito, no litoral, e Luena, no interior, com a Sonangol a divulgar que vai realizar ainda este mês a terceira entrega do género.

"O recurso ao caminho-de-ferro vai proporcionar a redução de custos e maior segurança e eficiência operacionais, assim como o aumento da oferta de gás à distintas regiões do país, inclusive às mais recônditas", informa a petrolífera estatal angolana.

Com esta medida, a Sonangol, que desde Junho passou a ser liderada por Isabel dos Santos, afirma que as respectivas comunidades vão deixar de necessitar fazer o "abate de árvores para o fabrico de lenha e de carvão vegetal". "O que constituirá um grande contributo aos esforços que têm sido empreendidos visando a preservação do ambiente", afirma ainda a petrolífera, que assume ainda o objectivo de potenciar o sector ferroviário do país.

No eixo Lobito/Luena, do CFB, a Sonangol já fez entregas de gás butano em Agosto e Setembro, e afirma agora que está a estudar o alargamento da medida ao Caminho de Ferro de Luanda, entre a capital e Malanje, e ao Caminho de Ferro de Moçâmedes, entre Namibe e Menongue.

A reabilitação da rede ferroviária, destruída pela guerra civil, custou, entre 2005 e 2015, cerca de 3,5 mil milhões de dólares, de acordo com o ministro dos Transportes de, Augusto da Silva Tomás.

"Muitas vezes, e nem sempre de boa-fé, alguns perguntam onde é que vai o nosso dinheiro. Pois bem, a resposta está aí. Parte da reposta está aqui no Luau, na extensão do CFB", ironizou o ministro, na inauguração do troço final daquela linha, na província do Moxico, em Fevereiro de 2015, completando um percurso de 1344 quilómetros entre o litoral e interior.

Além da ligação à fronteira, entre o Luau e a República Democrática do Congo, a linha do CFB ficará interligada com a Zâmbia, outro dos países vizinhos de Angola no interior, precisamente pela possibilidade de exportação de minérios do centro do continente africano por via marítima, através do porto angolano do Lobito.

A reabilitação das três linhas nacionais edificadas durante o período colonial - além do CFB também o Caminho de Ferro de Luanda e o Caminho de Ferro de Moçâmedes -, envolveu 2612 quilómetros de rede e a construção de raiz de 151 estações ferroviárias.

Durante estes dez anos, a reabilitação da rede, sobretudo por empresas chinesas, foi utilizada para a passagem de uma linha própria de fibra óptica, tendo sido ainda adquiridas 42 locomotivas, 248 carruagens de várias tipologias e 263 vagões.

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