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Economia

Angola coloca 1,5 mil milhões de dólares a 10 anos na primeira emissão eurobonds

O Estado angolano obteve 1,5 mil milhões de dólares na sua primeira emissão de eurobonds, com maturidade de dez anos e pagando juros de 9,5 por cento aos investidores.

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A informação foi prestada pelo Ministério das Finanças de Angola, em nota enviada à Lusa, em Luanda, dando conta da conclusão, na quarta-feira, da "mobilização de fundos no mercado internacional de capitais, através da emissão de eurobonds", ou seja títulos de dívida pública em moeda diferente da do país emitente.

"Esta emissão inaugural é um passo extremamente importante para o nosso país e nós vemos isso como o início de um relacionamento de longo prazo com os mercados de capitais internacionais", refere o ministro das Finanças, Armando Manuel, na mesma informação.

Aquele ministério confirma que foi alcançado o montante predefinido, de colocação de 1,5 mil milhões de dólares, pagando um rendimento aos investidores de 9,5 por cento, para uma maturidade de dez anos.

A operação foi distribuída, entre outros, por investidores norte-americanos e europeus, como gestores de fundos, bancos ou fundos de pensão.

Em paralelo, decorreu um ‘roadshow', nos últimos dias, conduzida por uma delegação angolana liderada pelo ministro Armando Manuel, pela Europa e Estados Unidos da América, que reuniu com "mais de 100 investidores potenciais, levando-os a uma melhor compreensão sobre a história económica recente de Angola, e suas perspectivas".

"Angola atraiu o interesse de investidores de alta qualidade, que permaneceram engajados em todo o processo e reflectiram um elevado apetite (476 por cento acima da oferta disponível) para participar do negócio. A estratégia de indicação de preço inicialmente avançada ao nível de rendimento na área de 10,0 por cento", refere o ministério.

O interesse dos investidores na primeira emissão do género feita por Angola ultrapassou cinco vezes o montante que o país pretendia colocar.

"A transacção reflecte a maior emissão inaugural em uma única tranche realizada por um ente soberano da África subsaariana, classificado com a categoria de ‘rating' de ‘non-investment grade'", sublinha a mesma informação.

Angola fixou um prazo de dez anos de maturidade - pagamento do montante financiado - para "criar uma forte referência que combinou com a sua preferência por duração, consistente com o uso das receitas para fins de infra-estrutura".

O norte-americano Goldman Sachs International actuou como líder do consórcio de bancos que estruturou a operação, que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.

Angola enfrenta uma forte crise económica e financeira, decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo face à baixa da cotação do barril de crude no mercado internacional.

Para compensar esta quebra de receitas, Angola prevê necessidades de financiamento do Orçamento Geral do Estado de 2015 superiores a 20 mil milhões de dólares. Além do financiamento do Estado, esta emissão (moeda estrangeira) permitirá o reforço das reservas internacionais angolanas, necessárias à importação de bens alimentares e matéria-prima, que se reduziram em 11,5 por cento desde o início do ano, devido à crise petrolífera.

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