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Igreja católica apela à reflexão se frutos de 40 anos de independência chegam a todos

A igreja católica angolana defendeu uma reflexão em torno dos 40 anos de independência nacional, cujos frutos devem chegar a todos os angolanos "sem excepção e não apenas a um reduzido número de angolanos que se consideram privilegiados".

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A posição foi manifestada na abertura da II Plenária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), electiva, que decorre em Luanda até à próxima terça-feira, para a escolha do novo presidente, em substituição do actual, Gabriel Mbilingui, e dos novos órgãos.

No discurso de abertura, Gabriel Mbilingui saudou homens e mulheres, militares ou civis, religiosos e intelectuais ou não que deram o melhor de si para o alcance da independência de Angola.

A CEAST sublinhou que 40 anos "é idade de maturidade", e tempo de reflexão e avaliação do percurso do país. "E, em função disso, corrigir o que fizemos mal e potenciar o bem e, assim, olhar para o futuro com esperança. As alegrias/luzes são muitas e os desafios/sombras também", considerou a organização católica.

De acordo com o presidente da CEAST, a consolidação da paz, "após a dolorosa e odiosa guerra civil depois da independência", a reconciliação nacional, a implementação de uma verdadeira democracia, da justiça social em todos os sectores - justiça judicial, economia, cultura, educação, saúde, justiça distributiva, devem tocar a todos os angolanos.

"Para que os frutos da independência nacional, conquistada com tanto sacrifício de muitos dos melhores filhos e filhas de Angola, cheguem a todos estes sectores e a todos os angolanos sem excepção e não apenas a um reduzido número de angolanos que se consideram privilegiados", referiu.

Aquela estrutura da igreja católica angolana sublinhou que a reconstrução das infra-estruturas físicas, como as estradas que ligam o país, "mas ainda não ligam os corações de todos os angolanos, ainda não anularam as assimetrias".

Ainda sobre os 40 anos de independência de Angola, a assinalarem-se no próximo dia 11, a igreja reconhece que vem assumindo "um rosto cada vez mais angolano", com a criação de várias novas dioceses, com pastores angolanos, mais sacerdotes, religiosos e religiosas angolanos, novos seminários e novas comunidades de formação à vida consagrada.

"Apesar de vários obstáculos que teve de enfrentar, a igreja nunca baixou os braços no desempenho da sua vocação e missão na promoção da dignidade humana dos angolanos", frisou.

Nas celebrações dos 40 anos de independência, a CEAST associa-se com a realização de uma mesa redonda, uma conferência internacional e uma mensagem pastoral.

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