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Crise do petróleo tirou 38 milhões de dólares de divisas por dia à banca

Os bancos angolanos compraram menos 38 milhões de dólares de divisas por dia em Setembro, uma quebra de quase 40 por cento face ao mesmo mês de 2014, devido à crise da cotação do petróleo.

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De acordo com dados do relatório mensal do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o mercado de divisas, as vendas directas da instituição aos bancos comerciais totalizaram em Setembro 1.590,29 milhões de dólares, o que até representou um aumento, de 37,7 por cento, face a 2014.

Contudo, as divisas que os bancos comerciais compram directamente aos clientes afundaram no mesmo período mais de 85 por cento, para apenas 268,28 milhões de dólares em Setembro último, comprovando assim a falta de moeda estrangeira nos clientes, segundo dados compilados pela Lusa.

Angola vive uma crise financeira e económica devido à quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, o que por sua vez fez diminuir a entrada de divisas no nosso país, necessárias para garantir nomeadamente as importações de alimentos, máquinas e matéria-prima.

No total, os bancos comerciais tiveram acesso a 62 milhões de dólares em divisas por dia em Setembro, quando há um ano, antes da crise do petróleo, esse valor rondava os 100 milhões de dólares, representando uma quebra homóloga de 37,8 por cento.

A situação económica e financeira em Angola está a obrigar o BNA a fazer "vendas de divisas direccionadas" aos bancos, "para satisfazer as operações definidas como prioritárias, pelo Executivo, num contexto de diminuição das disponibilidades cambiais e elevado risco de desequilíbrio do referido mercado, face à redução dos 'stocks' alimentares e de matérias-primas bem como riscos de paralisação dos serviços essenciais ao funcionamento da economia".

Tal como nos últimos meses, mantêm-se as dificuldades no acesso a moeda estrangeira nos bancos, com o mercado paralelo, de rua, a apresentar taxas de câmbio a rondar os 200 kwanzas por cada dólar - em queda face a semanas anteriores - para compra de moeda estrangeira.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

No mês de Setembro, o BNA definiu vendas direccionadas e prioritárias no valor de 1.229,27 milhões de dólares. O sector petrolífero liderou este total, garantindo 264,47 milhões de dólares, seguido da aquisição de bens alimentares ao exterior, com 171,58 milhões de dólares, e das telecomunicações, com 169,34 milhões de dólares.

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