Segundo a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), pais e encarregados de educação enfrentam "aflições e muitas preocupações" devido à falta de vagas e infra-estruturas escolares para matricular os seus educandos no ano escolar, que se inicia esta Segunda-feira.
O governo sombra da UNITA, em comunicado sobre o novo ano escolar e os direitos educativos, considera que a falta de escolas públicas, o aumento das propinas, do material escolar e a insegurança dos alunos "agudizam-se" ano após ano em Angola, vendo um "sintomático agravamento dos problemas" no ano lectivo que vai começar.
Para a UNITA, o quadro actual do sistema de ensino em Angola denota "incapacidade do executivo angolano em assegurar direitos sociais fundamentais, neste caso, o direito a educação e a incapacidade de responder de forma consistente" as tarefas fundamentais do Estado consignadas na Constituição da República de Angola.
"Tudo isso condiciona fortemente o desenvolvimento do país, pois já está demonstrado que a educação é uma peça fundamental para o desenvolvimento de qualquer país que se preze", salientou ainda o partido político.
A UNITA considerou também que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), desde o alcance da independência a 11 de Novembro de 1975, mostrou ao país que ainda não compreendeu bem o sentido e o significado da educação.
"Tudo o que tem feito neste campo tem essencialmente a ver com uma lógica mercantilista que desqualifica o papel da educação no processo de desenvolvimento do país", criticou, defendendo uma ampla reforma em educação de modo a habilitar o sistema a formar o cidadão dos tempos novos, bem como o aumento da verba orçamental à educação.
O ano lectivo 2024-2025, cujas aulas se iniciam a 2 de Setembro com 1,6 milhões de novos alunos, foi aberto oficialmente na Sexta-feira, na província do Uige, em cerimónia presidida pela ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança.