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Motoristas de aplicações de táxi de Luanda reivindicam melhores condições

Os motoristas de aplicações de táxi vão paralisar dia 6 de Outubro, em Luanda, para reivindicar reajuste de preços e melhoria das condições laborais, disse à Lusa a Associação dos Táxis Personalizados de Angola (Astpa).

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Segundo o secretário-geral da Astpa, Mandanje Francisco, os motoristas das empresas Heetch, Yango, T'LEVA e UGO (aplicações de táxi) pretendiam realizar esta Terça-feira uma "passeata", mas foi impedida pela polícia por falta de autorização do governo provincial de Luanda.

"Nós escrevemos ao governo provincial, mas não receberam a carta, alegaram que a data era muito próxima. Tentamos dar entrada na Sexta-feira, mas recusaram-se a receber a carta", referiu, adiantando que no dia 6 de Outubro a paralisação vai decorrer das 06h00 às 18h00.

Apesar do impedimento, realçou o secretário-geral da Astpa, os motoristas estiveram concentrados maioritariamente em frente ao Cine Atlântico, alguns à porta da Heetch e outros nas instalações da Yango.

Mandanje Francisco disse que a associação, que existe desde 2017 e contabiliza cerca de 5000 associados, tem registado inúmeras reclamações desta classe de motoristas, no que se refere aos preços, afectados pela inflação galopante, e sobre as exigências financeiras feitas pelas empresas, bem como do esforço físico exigido.

"A classe de táxis por aplicativo não foi abrangida pela subvenção do preço da gasolina, isso levou a aumentar muito mais as dificuldades", disse o responsável, salientando que as queixas têm a ver também com o valor diário ou mensal que cada empresa exige aos taxistas.

O responsável disse ainda que há empresas que exigem o valor mensal de 150 mil kwanzas a 180 mil kwanzas, que é possível atingir, contudo, causando um desgaste físico maior.

"Esses serviços surgiram para dar conforto, e ao exigir uma meta de 150 mil kwanzas semanal é desgastante, e coloca em risco o cliente, que procurou conforto e segurança ao mesmo tempo, no serviço de táxi privado", asseverou.

O secretário-geral da Astpa revelou que, de acordo com as estatísticas da associação, têm-se registado "muitos acidentes com viaturas identificadas com os logos das empresas de aplicações".

"Semanalmente regista-se entre dois e três acidentes, principalmente nos finais de semana. Já houve finais de semana onde tivemos o registo de sete acidentes, num dos quais os dois passageiros perderam a vida", disse Mandanje Francisco, considerando "abusivas" as políticas das empresas.

"A nossa ideia não é impor ou manchar [as empresas], porque essas empresas também têm um papel muito fundamental. Nós só queremos negociar com elas, uma delas é a Yango, que tivemos a oportunidade de lhes escrever, receberam a carta, fomos chamados, negociamos, mas fomos colocados no esquecimento", acrescentou.

A questão da segurança é também importante, salientou o responsável, admitindo que os relatos sobre assaltos e mortes são um facto, apelando às empresas que, antes de admitirem os motoristas, consultem a associação.

"Com isso, quem sairá a ganhar são as próprias empresas, porque quando o cliente tiver garantia de segurança haverá maior adesão ao serviço", frisou.

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