Zola Bambi referiu que está em curso a tramitação do recurso dos quatro activistas, Adolfo Campos, Gilson da Silva Moreira "Tanaice Neutro", Hermenegildo André "Gildo das Ruas" e Abraão Pedro Santos "Pensador ou Filho da Revolução", e esclareceu que o jornalista Daniel Jonas "Pensador", igualmente detido na tentativa da manifestação de apoio a moto taxistas, foi absolvido pelo tribunal.
Segundo Zola Bambi, ao contrário do que se divulga nas redes sociais, os seus constituintes não estão em greve de fome, mas sim impedidos de receber alimentação proveniente de casa por imposição das autoridades.
"Nunca houve greve de fome, o que houve é a situação em que se pediu que a comida chegasse até a eles desde a detenção", frisou.
O advogado referiu ainda que no caso do Adolfo Campos, há pelo menos 12 dias que não se alimenta, enquanto Gilson Moreira "Tanaice Neutro", que se encontra na cadeia de Kakila, conseguiu receber, na Segunda-feira, a comida entregue pela mulher.
"Houve possibilidade de se fazer chegar a comida [a ele], a mulher esteve cá no escritório e nos disse que o Tanaice recebeu a comida e começou a comer", realçou.
De acordo com Zola Bambi, os restantes activistas, nomeadamente Adolfo Campos, na cadeia de Calomboloca, Hermenegildo André, na Comarca Central de Luanda, Abraão Pedro Santos "Pensador ou Filho da Revolução", na Comarca de Viana, estão sem acesso à alimentação dos seus familiares.
"Fala-se em greve [de fome], mas não é greve, a greve de fome é quando a pessoa voluntariamente se coloca na situação de não querer alimentar-se para protestar ou então para fazer algum manifesto, no caso deles é o impedimento e obstáculo que as autoridades prisionais estão a fazer para chegar a eles a comida", esclareceu.
A defesa sublinha que todos os seus clientes têm a possibilidade de receber comida entregue pela família, havendo um protocolo especial "para se evitar os temores, talvez de ser envenenado".
"É o caso desses activistas, que também se pode fazer essa excepção e tem-se feito. Não se entende porque é que neste momento estão a impedir, porque é um poder discricionário de cada responsável (...) não querem mesmo fazer, porque entendem que devem criar obstáculo", acrescentou.
Os activistas foram detidos quando tentavam protestar contra as limitações que o governo provincial quer impor à circulação de moto taxistas nas principais vias da capital.