Segundo uma nota da Casa Civil do Presidente da República os dois chefes de Estado conversaram também sobre as relações bilaterais e outros "assuntos candentes" da actualidade internacional no ano em que se assinala o 75.º aniversário das Nações Unidas.
João Lourenço dirigiu-se à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, na Segunda-feira, num discurso marcado por um tom pessimista, admitindo que ainda não são previsíveis resultados positivos da reestruturação económica nacional, esperando-se uma "situação social preocupante".
"As nossas esperanças de começar a obter resultados positivos depois do esforço de reestruturação da economia nacional (...) não se vão concretizar a breve trecho, em razão dos constrangimentos actuais", declarou João Lourenço num vídeo pré-gravado.
O chefe de Estado explicou que os actuais constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19 por todo o mundo "desarticulam a cadeia produtiva, afectam os preços dos principais produtos de exportação, paralisam os serviços e outros sectores vitais da economia, desencadeando níveis de desemprego bastante altos e uma situação social preocupante".
João Lourenço disse que o país teve de tomar "medidas difíceis e com um impacto bastante duro sobre a vida das populações", e ressalvou que os recursos para financiar os sectores produtivos da economia nacional "tiveram de ser desviados (...) para atender às necessidades de biossegurança e outras de carácter epidemiológico urgente".
"Este problema sanitário global paralisou toda a dinâmica que se perspectivou em termos de retoma da economia mundial que, após a crise económica iniciada em 2008, dava sinais animadores de recuperação e muito particularmente em países em vias de desenvolvimento, como no caso de Angola", afirmou.
Perante a Assembleia Geral da ONU, organização que completa 75 anos em Outubro, o Presidente sugeriu a mobilização dos países desenvolvidos no sentido de "criarem fundos de apoio ao investimento em África" como meios para os "investidores interessados em realizar negócios no continente africano".
O discurso de João Lourenço foi incluído no primeiro dia do debate geral deste ano da ONU, realizado com a presença limitada de representantes e diplomatas na sede da organização e com discursos gravados em vídeo de chefes de Estado e de Governo.