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João Lourenço está há três anos no poder. O que mudou?

Este Sábado, dia 26 de Setembro, contam-se três anos desde que João Lourenço assumiu o poder do país. Assumindo já mais de metade de um mandato de cinco anos, a governação do actual Presidente tem sido marcada pelas várias reformas e investimentos feitos no sector da saúde e educação, pelo combate à corrupção e, nestes últimos meses, pelo impacto negativo da covid-19 na economia angolana.

: João Lourenço na cerimónia de investidura, em Setembro de 2017 (Foto: Ampe Rogério)
João Lourenço na cerimónia de investidura, em Setembro de 2017 (Foto: Ampe Rogério)  

Foi a 26 de Setembro de 2017 que José Eduardo dos Santos passou a pasta para João Lourenço. Promessas de combater a corrupção, fortalecer o Estado democrático e de direito, diversificar a economia e melhorar as condições de vida da população tinham sido feitas pelo actual Presidente da República aquando da sua campanha eleitoral.

Quando assumiu as rédeas de Angola, João Lourenço tinha em mãos um cenário bastante adverso. De acordo com a Angop, o panorama económico, político e social do país estava "no fundo do poço", sendo da responsabilidade do agora Presidente colocar em práticas as promessas feitas e vencer os desafios.

Quando tomou posse, na cerimónia de investidura, prometeu tomar medidas para diversificar a economia, reduzir o número de importações e apostar nas exportações. Na altura, o chefe de Estado deixou claro que o combate à corrupção era "uma das mais importantes frentes de luta dos próximos anos".

Passados três anos, as dificuldades continuam e João Lourenço continua a mostrar-se empenhado em combater os problemas do país. Até ao momento, o Presidente tem lutado contra as várias figuras que estão envolvidas em actos de corrupção, branqueamento de capitais, peculato, entre outros crimes.

Nesta matéria, aprovou as alterações à Lei dos Contratos Públicos, e deu luz verde às Leis sobre o Repatriamento de Capitais do Exterior e o sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargada de Bens. Também aprovou a Lei de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e Proliferação de Armas de Destruição Massiva.

Com estas novas mudanças, o país viu ainda o filho do ex-Presidente, Filomeno dos Santos Zenu, em conjunto com António Bule, George Gaudens e o antigo governador do BNA, Valter Filipe, serem condenados no âmbito do caso '500 Milhões'.

Entre outros casos mediáticos está o 'Luanda Leaks', que investiga as actividades da empresária e também filha do ex-chefe de Estado Isabel dos Santos e o mais recente caso que envolve Carlos de São Vicente, que se encontra em prisão preventiva por suspeita da prática de peculato, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

A par do combate à corrupção, os três anos de João Lourenço ficam ainda marcados pelo aumento da produção interna de bens e serviços, com vista a diminuir as importações. A criação dos Programas de Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), em 2018, e de Apoio ao Crédito (PAC), em 2019 vieram ajudar a diversificar o sector agrícola.

Destaque ainda para o sector da saúde: o Governo tem apostado na construção e na reabilitação das unidades hospitalares do país. No âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) está prevista a construção e reabilitação de 301 unidades sanitárias em todo o país. Foram ainda abertos concursos para aumentar o número de profissionais de saúde a trabalhar no sector.

De realçar que o Presidente também decidiu acabar com alguns ministérios, tendo reduzido o número de tutelas de 28 para 21, permitindo assim ao Estado poupar mil milhões de kwanzas por ano.

Este terceiro ano de mandato tem sido mais desafiante devido à presença da covid-19, que causou problemas graves nas finanças do país, bem como destabilizou quase todos os sectores. Este ano resume-se à paralisação de quase todos os sectores essenciais para um país funcionar, um ano sem precedentes e que deixou quase todos os Estados confusos e preocupados.

Apesar das adversidades, João Lourenço parece manter-se firme em continuar a concretizar as promessas que fez. Apesar da crise ter sido agravada pelo vírus, o Presidente tem tentado continuar a dar esperança aos angolanos.

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