Em entrevista à Angop, o responsável explicou que apenas decorre um procedimento considerado normal de transferência de peças de reposição – que se encontravam em stock nesta fábrica – para reparar avarias em outras unidades de produção do grupo Castel.
Esclareceu ainda que o material está a ser retirado da primeira linha de enchimento, desactivada em Junho de 2019 devido ao estado geral do equipamento, que se encontrava obsolento.
Mantém-se assim intacta a segunda linha de enchimento, que conta com um sistema automatizado instalado aquando do processo de modernização da unidade fabril, que decorreu entre 2005 e 2008 e envolveu um investimento na ordem dos 30 milhões de dólares.
"Não há desactivação de máquinas na Eka. O que existe é uma plataforma de intercâmbio tecnológico e de matérias-primas entre as empresas do grupo, que permite a uma unidade dispensar materiais em socorro de uma outra", esclareceu.
Apesar de tudo, os ex-trabalhadores da fábrica não aceitam esta explicação, mostrando-se receosos que esta operação venha a resultar no desmantelamento completo da unidade fabril, comprometendo a prometida retoma das operações.
Recorde-se que a cervejeira Eka suspendeu a produção no passado mês de Junho, justificando a acção com o aumento dos custos operacionais. Posteriormente, a empresa foi transformada num entreposto comercial do grupo Castel para outras marcas de cerveja como Soba Catumbela, Cuca, 33, Nocal e Cobeje.
Desta forma, a marca Eka passou a ser produzida apenas numa das unidades de produção do grupo situada no Bom Jesus, em Luanda.
A paralisação da unidade fabril do Cuanza Norte, localizada no Dondo, colocou no desemprego 147 dos 170 trabalhadores empregados na fábrica. Considerada uma das maiores unidades da província, foi até à data da sua paralisação o maior contribuinte fiscal do Cuanza Norte, com mais de 186 milhões de kwanza/mês, fruto do pagamento de diversos impostos, refere a Angop.