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Empreendedor desafia clima do Monte Belo e produz 60 toneladas de tomate num mês

Jamir Baptista, proprietário da fazenda Somarcampo, decidiu desafiar o clima e produzir tomate no Monte Belo, Benguela, uma zona onde tradicionalmente só se produz ananás. O desafio foi superado com sucesso: este mês foram colhidas, pela primeira vez, 60 toneladas de tomate.

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De acordo com uma publicação no Facebook do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), "em Setembro, Jamir Baptista arrancou com a produção de tomate, quando a maioria dos produtores da região aposta na cultura de ananás alegando que o frio prejudica a cultura do tomate".

O fazendeiro acabou por provar o contrário e superar o desafio: num mês conseguiu colher 60 toneladas daquele alimento.

"Decidimos quebrar o mito de que o Monte Belo é somente uma região produtora de ananás. É bem verdade que essa região tem um grande potencial para produção dessa fruta, mas achámos que era possível fazer mais alguma coisa, até porque temos muitos recursos, muita terra, muita água o ano todo e seria um grande desperdício somente limitar-nos ao ananás", disse, em declarações à Angop.

Jamir Baptista fez ainda saber que a produção de tomate naquela zona foi mais fácil do que se previa. Para avançar com a produção o fazendeiro trouxe de outra região plantas de tomate já prontas para serem transplantadas e colocou-as na terra do Monte Belo como experiência.

Os resultados foram positivos e surpreendentes e, por essa razão, Jamir quer ir mais longe e expandir a produção daquele alimento. As próximas plantações vão contar com um sistema de rega gota a gota e serão usados fertilizantes.

O fazendeiro prevê ainda que as próximas colheitas serão mais fáceis de produzir, uma vez que a planta de tomate já se encontra adaptada ao clima do Monte Belo.

"O processo de transplante das plantas ainda não é a experiência definitiva, não obstante as quantidades colhidas, porque fizemos uma outra com a mesma variedade de planta, híbrida, que foi plantada cá no Monte Belo, germinou e deu resultados mais animadores. No futuro, já não se vai plantar o viveiro numa estufa fora do Monte Belo, porque as plantas que hoje estão em melhores condições nasceram aqui, habituando-se rapidamente às características climatéricas da região fria", indicou.

O responsável não afastou a hipótese de vir a pedir investimento e apoio ao Governo para tornar o seu negócio viável. "Estamos aqui num projecto experimental, cujos resultados são positivos, e já estamos a pensar na sua expansão integral para os 200 hectares de área da fazenda, cujo investimento ronda os 900 milhões de kwanzas, o que, obviamente, sozinhos e sem apoios, não vamos conseguir", admitiu.

Entre os vários programas do Executivo, Jamir Baptista apontou o Prodesi como uma possibilidade e revelou que o dinheiro seria usado para comprar equipamentos e alugar tractores e charruas.

Fez ainda saber que como chegou a época chuvosa, a fazenda vai agora apostar na produção de milho, feijão e soja. Além disso, a empresa está também a experimentar produzir repolho, couve e pimento, afirmou.

Além disso, o empreendedor está ainda a terminar um estudo de viabilidade que deverá ser remetido ao Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado para análise e aprovação e assim ter acesso ao investimento no âmbito do Prodesi.

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