"Aos líderes dos demais partidos concorrentes gostaria de manifestar também os nossos agradecimentos pela sua participação no processo eleitoral, manifestar a nossa abertura para o diálogo permanente nas instituições, desde que isso concorra para o engrandecimento do nosso país", disse João Lourenço, na sua primeira declaração após o anúncio dos resultados das eleições gerais, da qual saiu vencedor o MPLA, com 61,07 por cento dos votos.
João Lourenço convidou as forças concorrentes a juntarem-se à cerimónia de investidura. "Para a qual seguramente estão, à partida, convidados, o que contribuirá para este ambiente de concórdia que nos propusemos incentivar e praticar", referiu.
O terceiro Presidente da República de Angola, em 42 anos de independência, considerou ainda que com este desfecho das eleições, "a vitória não é apenas do MPLA", mas "de todo o povo angolano", para quem prometeu "trabalhar com dedicação e total entrega".
"Convido assim todos os angolanos a darem a mão e comemorarem, em conjunto, de forma efusiva, alegre e entusiasta esta vitória, sem excessos e dentro do respeito ao próximo e apelamos as autoridades que desencorajem qualquer ato de intolerância política, que eventualmente possa surgir em qualquer parte do território nacional", apelou.
João Manuel Gonçalves Lourenço, que terá como vice-presidente, Bornito Baltazar Diogo de Sousa, garantiu ainda na sua comunicação que o próximo Governo vai trabalhar no sentido de "afastar as práticas e comportamentos reprováveis", que “provavelmente estarão na base de tanta abstenção”.
Estas eleições, assinalou, "decorreram dentro dos padrões internacionais, num clima de paz e harmonia, salvo alguns casos prontamente identificados, condenados e repudiados pela sociedade", tendo os observadores internacionais declarado "por sua honra que as eleições foram livres e justas e que tiveram um alto nível de organização".
O recém-eleito Presidente da República criticou ainda a onda de contestações, sobretudo dos partidos concorrentes, em torno dos resultados que, à partida, davam já vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), face aos dados provisórios divulgados anteriormente pela CNE.
"A tentativa de incitação à desobediência civil só vem demonstrar que essas forças políticas não respeitam a vontade popular expressa nas urnas, porque entendem haver formas ilegais de anular essa mesma vontade popular e desta forma constituir o tão propalado Governo Inclusivo e Participativo, mas que no caso concreto o povo não sufragou", apontou.