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Consórcio público-privado investe mais de cinco milhões para procurar ouro em Cabinda

Um consórcio público-privado foi autorizado pelo Governo a procurar ouro numa área de concessão de mais de 381 quilómetros quadrados do enclave de Cabinda, prevendo um investimento superior a 5,6 milhões de dólares.

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Conforme despacho deste mês assinado pelo ministro da Geologia e Minas, ao qual a Lusa teve acesso, foi aprovado um contrato de investimento mineiro com a sociedade Lombe Mining Limitada, participada pela estatal Ferroangol (20 por cento), Keys Tree & Four (60 por cento) e Sofispa (20 por cento), atribuindo os direitos mineiros para a prospeção de ouro na área a concessionar.

A concessão, segundo o documento assinado pelo ministro Francisco Queiroz, é feita por até cinco anos, prorrogáveis até 35 anos, ficando aquela sociedade responsável por pagar uma taxa de superfície durante o tempo que durar a fase de prospecção, entre os cinco e os 35 dólares (do primeiro ao quinto ano de prospecção).

O nosso país pode estar a perder anualmente dezenas de milhões de euros em ouro extraído no país e exportado ilegalmente, segundo informação anterior das autoridades angolanas.

O presidente do conselho de administração da Agência Reguladora do Ouro, Moisés David, admitiu recentemente que três toneladas daquele metal precioso serão exportadas por ano, ilegalmente. Isto implica, face a dados recolhidos pela Lusa com base na cotação oficial, uma verba de 116,5 milhões de euros em exportações perdidas todos os anos.

A Lusa noticiou em Junho de 2016 que a mina de ouro do Limpopo, na província da Huíla, deverá entrar em produção industrial até 2018, apresentando um potencial inicial anual, em valores comerciais, superior a 25 milhões de dólares.

Trata-se da primeira mina de ouro no país a ser explorada depois da independência, em 1975, e abrange uma área de concessão de 1930 quilómetros quadrados, conforme explicou João Diniz, administrador da empresa Ferrangol, concessionária estatal do sector.

"Terá uma produção de 780 mil toneladas/ano de minério. Isto pode resultar numa produção de até 22.218 onças/ano, para começar. Estamos a falar de uma mina que pode evoluir de pequena para grande", disse na altura o administrador, realçando que a área de exploração ainda é pequena e poderá ser alargada.

Estão ainda em curso prospeções no Chipindo e Mpopo e previsto o "grande projecto integrado de Kassinga e Kassala Kitungo", sendo as províncias da Huíla e do Huambo alvo do maior interesse.

A extracção já acontece na província de Cabinda, mas de forma artesanal e por vezes ilegal, o que levou à abertura, por parte daquele ministério, de algumas lojas para a "captação" desse ouro. A aposta neste subsector mineiro motivou a criação, em Maio de 2014, da Agência Reguladora do Mercado do Ouro de Angola.

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