Os resultados da operação "Jiboia II", enquadrada nas acções da Organização Internacional de Polícia Criminal e da INTERPOL, que decorreu entre 19 e 22 de Agosto passado, foram apresentados na passada quinta-feira em Luanda, em conferência de imprensa.
A operação, que decorreu em simultâneo no Malaui, Tanzânia, Zâmbia, África do Sul, Moçambique e Suazilândia, teve como resultado global a apreensão de cerca de 160 toneladas de medicamentos, que resultou igualmente na detenção de 509 pessoas e o encerramento de cerca de 20 lojas de fornecimento.
Em Angola, a quantidade de medicamentos apreendidos - contrafeitos, conservados de forma incorrecta, com o prospecto sem tradução para português e vendidos em mercados informais - está avaliada em cem milhões de kwanzas.
A província de Luanda destaca-se nos resultados obtidos, com um total de 5.350 quilogramas de medicamentos apreendidos, seguido de Cabinda, com 2.964 quilogramas, e Cunene, com 303 quilogramas.
Segundo o director-geral de inspecção do Ministério da Saúde de Angola, Miguel dos Santos de Oliveira, os fármacos chegam ao país por via terrestre e têm a origem fundamentalmente na China, Índia, República Democrática do Congo e Nigéria.
O responsável adiantou que os medicamentos entram maioritariamente pela fronteira terrestre do Luvu e Massabi, além de outros pontos sem o controlo das autoridades, escondidos entre mercadorias, nomeadamente carvão.
Miguel dos Santos de Oliveira referiu que os remédios apreendidos são sobretudo para o tratamento de disfunção eréctil e hormonais, anti palúdicos, antibióticos, estimulantes sexuais e anabolizantes.
No decurso da operação, foram detidos 33 indivíduos, entre os quais um cidadão da República Democrática do Congo.
No nosso país, a operação foi coordenada pelo Serviço de Investigação Criminal, contando com a colaboração de departamentos dos Ministérios da Saúde e do Comércio, e da Administração Geral Tributária.