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Preços já subiram mais de 11 por cento em Luanda no último ano

Os preços em Luanda já subiram mais de 11 por cento no último ano, até Agosto, muito acima do intervalo definido pelo Governo para 2015, segundo informação do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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De acordo com o mais recente relatório de INE sobre o comportamento da inflação, até Agosto, a variação homóloga dos preços em Luanda situou-se em 11,01 por cento, um aumento de 3,43 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2014.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, o nosso país viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.

Estes dados do INE indicam que, analisando a situação em Agosto (mas com o total de doze meses), voltou a ser ultrapassado, tal como em Julho, o intervalo (7 a 9 por cento) para a inflação anual previsto pelo Governo angolano no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, revisto em Março precisamente devido à crise petrolífera. A taxa de inflação a doze meses representa um máximo desde Abril de 2012, tendo em conta os dados do INE.

Ainda segundo o mesmo relatório, o nível geral do Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Luanda - única província com dados a 12 meses - registou uma subida de 1,15 por cento entre Julho e Agosto de 2015, com a classe "Transportes" a liderar os aumentos (1,72 por cento).

O Índice de Preços no Consumidor Nacional - reunindo dados de todas as 18 províncias do país - registou uma variação de 1 por cento entre Julho e Agosto de 2015, com Luanda a liderar os aumentos, logo seguida do Zaire (0,99 por cento) e do Namibe (0,98 por cento). As províncias com menor variação foram Cabinda e Benguela, respectivamente com subidas de 0,64 por cento e 0,70 por cento nos preços.

A Lusa noticiou em Agosto que, segundo o Banco Angolano de Investimento (BAI) Europa, a crise que afecta Angola deverá comprometer as metas do Governo de manter a inflação abaixo dos 9 por cento em 2015.

A situação é explicada no boletim daquele banco sobre o comportamento da economia angolana no terceiro trimestre com as consequências da crise da quebra da cotação internacional do barril de crude.

"É agora expectável, com o maior deslizamento cambial, uma aceleração dos preços, afigurando-se razoável admitir, desde já, a impossibilidade de cumprir o objectivo anual da inflação que, segundo a proposta de Revisão do OGE, não deveria exceder 9 por cento, em média anual", escrevem os analistas do BAI Europa.

A posição é justificada também com base no conjunto de políticas - orçamentais, cambiais, monetária e outras -, preparado pelo Governo para lidar com as dificuldades, nomeadamente de acesso a divisas.

Dizem os especialistas daquele banco - cujo grupo é um dos maiores em Angola - que "uma das consequências prováveis" destas medidas "deverá fazer-se sentir ao nível dos preços no consumidor, devido ao peso dos produtos importados nas despesas de consumo das famílias".

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