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Cerca de 1500 toneladas de lixo ficam por recolher em Luanda todos os meses

Cerca de 1500 toneladas de resíduos sólidos ficam por recolher todos os meses na capital angolana, segundo informação da Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (Elisal), o que está a agravar o problema da recolha de lixo.

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O director de operação e fiscalização de limpeza pública da Elisal, António Rodrigues, reiterou, depois de um comunicado da empresa emitido na semana passada sobre a falta de verbas para a limpeza da cidade, que as operadoras não têm equipamentos suficientes para realizarem o trabalho.

Há uma semana, a Elisal informou que o baixo orçamento atribuído ao Governo da Província de Luanda (GPL) para a limpeza da cidade levou várias empresas a desistirem da sua actividade e retirarem das ruas os seus meios, como contentores e papeleiras.

António Rodrigues disse que face à situação, Luanda tem registado o crescimento do lixo passivo, ou seja, aquele que não é recolhido diariamente. "Em toda a província de Luanda, cerca de 1500 toneladas de lixo ficam [por recolher], por mês (...) É muito lixo que fica na rua, com a agravante que em alguns casos está a espalhar-se, nem sequer está concentrado, ele está espalhado ao longo das ruas, ao longo dos bairros. Então torna-se muito difícil trabalhar assim", lamentou, em declarações à rádio pública de Angola.

Na capital angolana, está em vigor desde o mês passado um novo modelo de recolha de lixo, que integra as administrações municipais na gestão do sistema nas suas áreas de jurisdição, uma operadora principal, empresas de pré-recolha e microempresas.

O responsável frisou que antes do novo modelo, o serviço contava com oito a dez operadores, grandes operadores. "E estamos a falar num universo que ultrapassa os 200 camiões de lixo, estamos a falar num número de contentores que poderá chegar, e talvez ultrapassar, os mil contentores, estamos a falar de muito equipamento para limpar Luanda, a Elisal não tem", adiantou.

Actualmente, de acordo com António Rodrigues, a recolha de lixo diária tem sido assegurada com cerca de 40 compactadores de lixo, de em média 13 a 14 metros cúbicos, sete a dez camiões basculantes, para retirada dos grandes focos com pás carregadoras e duas viaturas com contentores de cinco a sete metros cúbicos.

A Elisal informou, em comunicado distribuído há uma semana passada, que na sequência do curto orçamento atribuído, as empresas de limpeza do antigo modelo desistiram de prestar serviços por considerarem que os valores agora fixados não cobrem as suas despesas operacionais e com o pessoal.

Para a limpeza de toda a província, o Ministério das Finanças disponibiliza ao GPL uma verba de cerca de 10 milhões de dólares por mês, que representa um terço do montante atribuído há cerca de quatro anos.

O critério de repartição do orçamento define por cada município 20 por cento para as microempresas, 25 por cento para as empresas de pré-recolha e 55 por cento para as operadoras principais.

Por altura do lançamento do novo modelo de limpeza, o governador da província de Luanda, Graciano Domingos, frisou que o sucesso do sistema dependia em grande medida do compromisso da população e não dos recursos financeiros disponíveis.

Os grandes focos de lixo que se registam por toda a capital têm sido tema de preocupação e debate entre a população, que receia o surgimento de várias epidemias, com o início da próxima época das chuvas.

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