Orientada pelo Presidente João Lourenço, a reunião extraordinária do Conselho da República decorreu no Palácio Presidencial com o intuito de "analisar a situação de segurança pública no país, com destaque para os eventos ocorridos dias 28, 29, 30 de Julho e 1 Agosto de 2025, nas províncias de Luanda, Malanje, Huíla, Benguela, Cubango, Bengo e Icolo e Bengo, marcados por actos de vandalismo, arruaça, insurgência contra as forças da ordem e segurança, bem como pilhagem de estabelecimentos públicos e privados".
Segundo o comunicado final da reunião, divulgado pela Presidência da República e a que o VerAngola teve acesso, os membros do conselho "foram informados de que a situação da segurança pública no país é estável, sendo que os serviços outrora temporariamente interrompidos por causa dos actos de vandalismo já se encontram em pleno funcionamento, apesar de ainda se verificar a persistência da desinformação e da incitação disfarçada à violência a nível das redes sociais, cenário que tende a instaurar o pânico e o sentimento de insegurança no seio da população".
Da reunião saiu um apelo à população, no sentido de não só adoptar uma "postura cívica e ordeira", como também respeitar as autoridades e evitar espalhar desinformação nas redes sociais.
"O Conselho da República apela à população angolana a manutenção de uma postura cívica e ordeira, pautando pelo exercício responsável e consciente dos direitos e liberdades consagrados na Constituição da República de Angola e na Lei e pelo respeito às autoridades, evitando, igualmente, a disseminação de desinformação nas plataformas digitais, de modo a se salvaguardar o bem-estar de todos", lê-se na nota.
O conselho também "encoraja os órgãos de defesa e segurança a prosseguirem com as medidas de garantia da ordem, tranquilidade e segurança públicas e a manutenção da paz social".
Recorde-se que a reunião extraordinária deste órgão foi convocada no final da semana passada pelo Presidente da República.
Integram o Conselho da República a vice-Presidente da República, a presidente da Assembleia Nacional, o procurador-geral da República, líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, a vice-presidente do MPLA e individualidades da sociedade civil.
Angola registou na última semana actos de vandalismo, violência e pilhagem, na sequência de uma paralisação convocada por taxistas, em protesto face à subida do preço dos combustíveis e consequentemente das tarifas dos transportes públicos.
Na manhã desta Segunda-feira, o porta-voz da Polícia Nacional de Angola, Mateus Rodrigues, no informe sobre o ponto da situação de segurança pública do país, garantiu que a mesma se mantém estável, com o normal funcionamento das instituições e a livre circulação de pessoas e bens.
Segundo Mateus Rodrigues, particularmente em Luanda, capital do país, "a situação é igualmente calma, circula-se com bastante normalidade e a presença dos táxis e transportes públicos é visível".
"A Polícia Nacional de Angola reitera que não há razões para preocupações e assegura que está empenhada em garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos, respeitando os direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição da República de Angola", referiu Mateus Rodrigues.
O porta-voz da Polícia Nacional de Angola exortou os cidadãos a terem atenção a falsos alarmes, sobretudo nas redes sociais e plataformas digitais, cujo objectivo é a desinformação e a criação do sentimento de medo e de insegurança no seio das comunidades, alertou.
Durante os tumultos, segundo dados da Polícia Nacional foram registadas 30 mortes, mais de 200 feridos e mais de 1500 detenções.