De acordo com um levantamento feito pela Angop em mercados como os Congoleses, Asa Branca e São Paulo, para manuais da iniciação até à sexta classe, os encarregados de educação pagam entre 3500 a 6800 kwanzas para a sua aquisição.
Já para a sétima classe, os encarregados de educação têm de desembolsar cerca de 39 mil kwanzas. Enquanto para a oitava e nona classes os encarregados pagam cerca de 45 mil kwanzas e 53 mil kwanzas, respectivamente, com os manuais de Língua Portuguesa a serem os mais dispendiosos.
Segundo a Angop, os elevados preços, ligados ao decrescimento do poder de compra da população, fazem com que diversos encarregados priorizem a aquisição dos manuais considerados essenciais, tais como Língua Portuguesa, Biologia e Física.
Contudo, a subida dos preços não se refere somente aos manuais. Segundo Vânia António, citada pela Angop, outro tipo de materiais escolares (cadernos, lápis, etc) também viram o seu preço aumentar. Vânia António diz estar a ser difícil para os encarregados de educação "contornar" este cenário: "Está a ser difícil para nós os encarregados de educação contornar esta situação, não sabemos se compramos os materiais escolares e deixamos de pôr comida na mesa ou vice-versa".
Já Francisco Paulo, tendo em conta a carência que se verifica na distribuição de manuais, dá preferência à compra de materiais no mercado informal, contudo os actuais preços fazem-no reflectir. Com um filho na sexta classe, Francisco Paulo diz estar tudo caro e que é necessário encontrar-se "um meio-termo".
"Tudo está caro, teremos de achar um meio-termo, comprar alguns livros e deixar para depois os outros, caso contrário nem valores para comprar comida teremos", referiu, citado pela Angop.
Também Domingas Lemos diz não ter capacidade para adquirir todos os manuais. Com um filho na sétima classe, disse estar "aflita", acrescentando: "não é possível comprar todos os livros que custam mais de 30 mil, o meu salário não chega".
Já Inácia Pascoal, vendedora, fez saber que a procura por manuais tem sido maior, porém o seu custo tem levado os cidadãos a adquirirem somente alguns. "Estamos a comprar os livros caros e temos de revender a um preço que conseguimos retirar o dinheiro investido e alguma margem de lucro", indicou, em declarações à Angop.
Recorde-se que o novo ano lectivo tem abertura oficial marcada para esta Sexta-feira, 1 de Setembro, com as aulas a arrancarem a 4 de Setembro.