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Diplomacia da UE saúda “ambiente pacífico” das eleições e pede resposta à contestação

A diplomacia da União Europeia (UE) saudou esta Segunda-feira o “ambiente pacífico” das eleições em Angola, que deram vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mas pediu “todos esforços possíveis” às autoridades eleitorais para responder à contestação.

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"A União Europeia toma nota dos resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições sobre as eleições gerais angolanas, que [...] foram conduzidas num ambiente pacífico", reagiu a porta-voz da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, numa declaração.

Ainda assim, "a UE está ciente das queixas da oposição e da sociedade civil sobre algumas deficiências no processo eleitoral e convida as partes interessadas a utilizarem todas as vias legais de recurso para responder às suas preocupações", vincou.

Em nome do alto representante da UE, a porta-voz instou "as autoridades eleitorais a fazerem todos os esforços possíveis para lhes dar resposta [às contestações] de uma forma justa e transparente".

"A UE encoraja um diálogo aberto, construtivo e inclusivo entre o Governo de Angola, os partidos políticos da oposição e a sociedade civil e reconhece as expressões pacíficas de opinião como essenciais para a democracia", acrescentou.

Na nota, a diplomacia comunitária adiantou que "a União espera trabalhar com as autoridades eleitas assim que o processo eleitoral esteja concluído, a fim de reforçar ainda mais a parceria UE-Angola".

O MPLA venceu as eleições com 51,17 por cento dos votos contra 43,95 por cento da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), segundo os resultados definitivos anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Segundo os dados apresentados, votaram 44,82 por cento dos 14,4 milhões de eleitores, com 1,67 por cento de votos brancos e 1,15 por cento de votos nulos.

O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados.

O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado e vice-presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.

Os resultados divulgados confirmam os dados provisórios anunciados na Sexta-feira que apontavam já para a vitória do MPLA, que a UNITA contesta.

O Partido da Renovação Social (PRS) é o terceiro partido mais votado com 1,14 por cento do total, elegendo dois deputados, seguindo-se a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), também com dois assentos parlamentares e 1,06 por cento dos votos.

O Partido Humanista de Angola (PHA) é a nova formação política do parlamento, estreando-se com dois deputados depois de conquistar uma votação de 1,02 por cento.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que tinha 16 parlamentares, perde todos os assentos, não indo além dos 0,76 por cento dos votos.

A Aliança Patriótica Nacional (APN) e o Partido Nacionalista para a Justiça (P-Njango) são os outros dois partidos concorrentes que não conseguiram mandatos e ficaram abaixo de 0,50 por cento devendo ser declarados extintos.

Foram escrutinadas 26.488 mesas de votos distribuídas nos 164 municípios correspondentes a 18 províncias do país e 45 mesas de votos distribuídas na diáspora (África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, Congo, República Democrática do Congo, França, Holanda, Namíbia, Portugal, Zâmbia e Grã-Bretanha).

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