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UNITA culpa MPLA pela pobreza e subdesenvolvimento de Angola

O presidente da UNITA culpou esta Quarta-feira o MPLA pela pobreza e atraso no desenvolvimento do país, em mais um apelo à alternância.

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Discursando num comício no Bié, província de onde era natural e onde está sepultado Jonas Savimbi, fundador do partido, Adalberto da Costa Júnior prometeu aos seus apoiantes um governo que trate todos por igual, salientando que os angolanos "não têm nenhuma razão para viver num país que seja pobre", apontando as condições muito favoráveis para agricultura na província, onde "nascem os rios quase todos, mas 75 por cento das casas não tem água potável".

Prometeu ainda que, se for eleito, suspende o seu vínculo ao partido e que os angolanos não devem ficar preocupados com a alternância, "porque vão ver o que é um Presidente de corpo inteiro, dedicado a servir o seu povo, e não o seu partido", pela primeira vez.

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) afirmou que é hora de fazer um balanço, lamentando que se assista ao desrespeito pelas leis, pela democracia e pela campanha eleitoral, frisando que "Angola tem desperdiçado muito dinheiro".

Um dos motivos da pobreza, assinalou, "é o partido-Estado [MPLA, que governa Angola desde a independência, em 1975] que quer continuar a governar", um partido "que está a atrasar o desenvolvimento do país e é a razão da pobreza e dos atrasos" de Angola.

O presidente da UNITA afirmou que os índices de pobreza aumentaram e criticou a política de saúde, dando o exemplo do próprio Bié, onde foi inaugurado "um hospital grande e importante", mas que está sem médicos.

"Estão só a construir a correr em tempo de eleições para enganar o povo", disse o candidato da UNITA à presidência de Angola que tem como principal adversário o presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola e Presidente da República, João Lourenço, que se recandidata a novo mandato.

Apontou ainda o facto de "a cesta básica estar mais barata por causa das eleições" e de haver comícios onde os participantes estarão a ser pagos, para dizer que o eleitorado angolano está mais maduro e não se deixa enganar.

Costa Júnior criticou ainda o facto de a justiça em Angola depender da política, "o que estraga tudo", e deixa o país em risco, aludindo à anulação do congresso da UNITA em que foi eleito presidente.

Em contraste com o MPLA, vincou que a UNITA sabe "trabalhar com os diferentes" e "com pluralidade", salientando que "dialogar com os outros é uma lição de maturidade" e que este objectivo está reflectido nas listas do partido do "Galo Negro", que integram elementos de outras forças políticas e da sociedade civil.

Adalberto da Costa Júnior apresentou as linhas gerais do seu programa governativo na área da educação e da promoção de emprego, reiterou a promessa de realizar eleições autárquicas no prazo de um ano e de mudar a Constituição, alterar a lei das terras e avançar com a reforma do poder judicial, garantindo que haverá continuidade do Estado, pois o Estado "não deve ser propriedade de um partido político".

Sobre o escasso número de angolanos recenseados no exterior (cerca de 22.000, que vão participar pela primeira vez nas eleições), justificou que o partido do regime "decidiu excluir" cidadãos que vivem em democracias e "sabiam que era um voto para a alternância".

Aludiu ainda ao antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, e às quezílias entre alguns dos seus filhos e o regime de João Lourenço, que censurou por "tratar mal em vida" e chorar "só quando o outro partiu".

Angola vai escolher um novo Presidente e vice-presidente, bem como os deputados á Assembleia Nacional a 24 de Agosto, no que será o quinto escrutínio eleitoral do país, tendo os anteriores sido sempre ganhos pelo MPLA.

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