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Investimento directo angolano em Portugal sobe para 4.333 milhões no segundo trimestre

O investimento directo angolano em Portugal subiu para 4.333 milhões de euros no segundo trimestre deste ano face aos 3.927 registados no período homólogo do ano passado, segundo dados do Banco de Portugal.

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De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP), consultados pela Lusa, tendo por base as estatísticas por investidor final – que permitem identificar os países que, em última instância, controlam o investimento e cujo investimento pode chegar por outros países – revelam que o investimento directo estrangeiro (IDE) de Angola em Portugal caiu entre o quarto trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, tendo começado a recuperar a partir de então.

No quarto trimestre de 2019, o IDE de Angola em Portugal ascendia a 5.293 milhões de euros, caindo para 3.820 milhões de euros no período homólogo de 2020, fixando-se em 3.897 milhões de euros no quarto trimestre de 2021.

No primeiro trimestre deste ano recuperou para 4.379 milhões de euros.

No entanto, no segundo trimestre caiu ligeiramente para 4.333 milhões de euros, ainda assim acima dos 3.927 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano passado.

Considerando a totalidade dos investidores finais e incluindo Portugal, no segundo trimestre deste ano, Angola ocupa o 11.º lugar do ranking.

No segundo trimestre deste ano, e seguindo a tendência dos últimos anos, os serviços concentram a maior parte do IDE de Angola em Portugal, ascendendo a 3.755,35 milhões de euros.

A construção concentra 58,1 milhões de euros do IDE angolano em Portugal, seguindo-se as indústrias transformadoras (1,55 milhões de euros), enquanto a electricidade, gás e água registam uma pequena parte (0,38 milhões de euros).

Entre os principais investimentos de Angola em Portugal, e apesar das alterações dos últimos anos, sobretudo após o 'Luanda Leaks', destaque para a área da banca.

Em 2008, a Sonangol comprou 9,99 por cento do capital do BCP e, em 2009, foi vez da 'holding' Santoro (de Isabel dos Santos) entrar no BPI, ao adquirir 9,67 por cento do capital do banco ao BCP.

A Sonangol é actualmente o segundo principal accionista do BCP, com 19,49 por cento.

No BPI, a Santoro vendeu a sua participação na OPA (Oferta Pública de Aquisição) do CaixaBank, em 2017.

Por sua vez, o BIC Portugal comprou o BPN por 40 milhões de euros ao Estado português, mas depois do Luanda Leaks, a instituição (agora EuroBic) anunciou que a empresária Isabel dos Santos iria abandonar a estrutura accionista do banco português, uma medida para "salvaguardar a confiança na instituição", segundo a entidade financeira.

No entanto, esta venda ainda não avançou e para já a empresária mantém-se no banco, através da Finisantoro (17,5 por cento) e da Santoro Financial Holding (25 por cento).

Na energia, a 'holding' Esperaza, uma 'joint venture' em que a Sonangol detém 60 por cento das acções e a Exem (de Isabel dos Santos) detém os restantes 40 por cento, controla 45 por cento da Amorim Energia que, por sua vez, é accionista de referência da Galp. No entanto, a petrolífera estatal anunciou em Julho do ano passado ter sido declarada como única proprietária do investimento feito na Galp, segundo a sentença final de um tribunal holandês que arbitrou o litígio que opunha a petrolífera à Exem, que, por sua vez, recorreu da decisão.

Nas telecomunicações, a participação de Isabel dos Santos na ZOPT, que era detida em 50 por cento pela Sonaecom e a restante metade pela empresária angolana, foi arrestada.

Nos meios de comunicação social, a angolana Newshold detém ainda, na Impresa, 2,4 por cento do grupo fundado por Pinto Balsemão, tendo abandonado outras posições nos media nacionais.

Em Julho foi anunciado que a Media9Par, subsidiária do Emerald Group para área da comunicação social do empresário angolano N'Gunu Tiny, comprou o Jornal Económico, da Megafin, e em Agosto o Novo, da Lapanews.

O Emerald Group, fundado em 2009, detentor dos direitos de publicação das revistas Forbes Portugal e Forbes África Lusófona, entrou nos 'media' em 2018, com o investimento numa participação minoritária (40 por cento) no projecto português Polígrafo.

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