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Saúde

Sindicato dos Médicos questiona contratação no estrangeiro com profissionais desempregados

A contratação de médicos estrangeiros, nomeadamente cubanos, quando existem no país mais de 4000 profissionais desempregados, foi questionada, em Luanda, pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea).

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Segundo o presidente do Sinmea, Adriano Manuel, o Ministério da Saúde foi a Cuba para contratar médicos expatriados, "alguns deles com rótulos de especialistas".

"E quando vêm para Angola, nós identificamos que muitos desses médicos nem sequer são especialistas, porque não conseguem fazer jus àquilo pelo qual foram contratados", referiu o dirigente sindical.

Adriano Manuel, que falava em conferência de imprensa, questionou a necessidade de se contratar estrangeiros para algumas especialidades, quando existem médicos angolanos especialistas que não trabalham.

"Temos médicos especialistas em ginecologia obstetrícia que não trabalham, estão desempregados, temos médicos especialistas em gastroenterologia que não trabalham, temos cardiologistas que não trabalham, estão desempregados", criticou.

De acordo com Adriano Manuel, muitos dos médicos formados em Angola, que não encontram enquadramento no sector público, estão a ser contratados por clínicas privadas e "não vão trabalhar para o Estado".

"Então, o Estado gastou dinheiro para a sua formação e esses não vão trabalhar para o Estado. Hoje já temos colegas que estão a imigrar, porque não encontram trabalho no país e foram formados com o dinheiro do Estado", salientou.

Nesse sentido, acrescentou, é por isso que defendem “que não há necessidade de contratar médicos estrangeiros nesta fase”, quando existem angolanos desempregados".

O sindicalista frisou que não são contra a contratação de médicos estrangeiros, porque o défice de profissionais no país é grande.

"Mesmo com os médicos estrangeiros e com o número de médicos formados em Angola ainda somos poucos para cumprirmos com o desiderato da OMS [Organização Mundial de Saúde], que estabelece um médico para cada mil habitantes", disse.

Para o Sinmea, como ainda será preciso “formar mais” profissionais, “os que já estão formados devem entrar” nos quadros.

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