"Não temos dúvidas em relação a esse projecto, até porque recebi agora manifestações do exterior mostrando outros exemplos que actualmente é mais económico concentrar os ministérios do que dispersá-los, porque quanto mais dispersos, mais gastos para o Estado", afirmou, em declarações aos jornalistas em Luanda, à margem de um fórum sobre o sector da construção.
A 23 de Julho, o Governo apresentou o projecto do CPA de Luanda, a ser erguido em três anos numa parceria público-privada, congregando 28 edifícios ministeriais, o secretariado do Conselho de Ministros e 37 casas protocolares.
Um Centro de Convenções, um hotel, um 'campus' judicial, um Palácio da Cultura, um centro de exposições e vários serviços de apoio institucional são algumas das valências do CPA, a ser erguido na orla marítima de Luanda, zona da Chicala, Praia do Bispo.
Na ocasião, não foram revelados os custos da empreitada e as autoridades referiram apenas que o também denominado Bairro dos Ministérios será "amortizado em sete anos" no quadro da parceria público-privada que vai ser responsável a empreitada.
No entanto, a falta de esclarecimentos sobre os "gastos reais" do Estado com a obra e ainda as "prioridades do Governo" diante dos "vários problemas" que o país atravessa geram "várias críticas, dúvidas e inquietações" ao CPA, aprovado por decreto presidencial.
O assunto foi discutido na Quarta-feira passada, durante a sétima sessão ordinária do Conselho de Ministros, em que Manuel Tavares de Almeida refutou as críticas e lamentou o facto de terem sido registados “alguns excessos negativos" na abordagem do assunto.
Questionado pela Lusa sobre o montante envolvido para edificação do Bairro dos Ministérios, o governante referiu que "as obras não se fazem de graça e que o Estado tem de pagar", sem avançar valores.
"Agora haja equações que se adequam a um ou outro projeto, portanto a equação para esse projeto que encontramos foi a parceria público-privada que é bastante vantajosa, agora é oportuno", referiu.
"Os postos de vista variam, o que é importante aqui é o estudo de viabilidade que não é algo que se faz com contas de aritmética, porque entram muitas variáveis que pesam na decisão, portanto o que avaliamos é que necessário organizar o país, é necessário organizar o executivo para estar à altura de resolver os problemas do país", assinalou.
Naquele perímetro, adiantou, a questão da mobilidade "está resolvida", porque, explicou, porque está a ser construída a marginal sudoeste e a da Corimba “exatamente para isso".
"Agora estando aí o CPA naquela localidade está perfeitamente integrado na governação do país com todas as vantagens económicas, gasta-se menos e é o que precisamos", concluiu.