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Telecomunicações

Unitel prevê cobertura de rede em todas as comunas até 2021

A operadora de telecomunicações móveis anunciou que a cobertura de rede nas 542 comunas de Angola, um investimento de 1000 milhões de dólares iniciado em 2008, estará concluída nos próximos dois ou três anos.

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Segundo o director-geral adjunto da Unitel, Amílcar Safeca, actualmente, apenas 42 por cento das comunas beneficia de cobertura da rede móvel, entre elas todas as capitais provinciais do país.

Iniciado em 2008, a fase seguinte, acrescentou, priorizou a cobertura dos 164 municípios de Angola, processo que terminou 2011, ao mesmo tempo que a empresa está agora a dedicar-se à introdução da "quinta geração móvel" para acompanhar os desafios da digitação que se colocam às economias em todo o mundo.

"Quase todos os serviços que temos hoje vão ser digitalizados, pois a digitalização significa um conjunto de informações recolhidas e que, processadas em tempo real, ajudam na tomada de decisões importantes sobre o desenvolvimento económico e o funcionamento de todos os serviços", adiantou.

A Unitel é a maior operadora das duas redes móveis em Angola, ambas privadas.

Entretanto, o Governo tem em curso desde final de 2017 o processo de privatização da Angola Telecom, que alargará igualmente o serviço de comunicações de rede fixa para a rede móvel, e o concurso para a atribuição de uma quarta licença para a rede móvel nacional, de voz e dados.

Ligado à Unitel desde a sua entrada no mercado, em 2001, Amílcar Safeca afirmou que a empresa pretende manter-se na "linha da frente" dos operadores em África, algo que se começou a concretizar em 2012, com o lançamento da quarta geração móvel, sendo, na altura, Angola um dos primeiros países do continente a disponibilizá-lo na rede.

A quarta geração de aparelhos de telecomunicações permite aos utentes usarem com muito maior facilidade aplicativos como Facebook e o Whatsapp, assim como trocar imagens e vídeos muito rapidamente.

"É desenhada para processar dados, permitindo a esses aplicativos funcionarem de forma muito mais interactiva e dar outro tipo de experiência aos utilizadores, que outro tipo de rede não dá", sublinhou o responsável pela estratégia de desenvolvimento tecnológico da Unitel.

Para chegar a essa fase, explicou, a empresa manteve sempre uma "grande abertura" para os investimentos em rede, que chegaram aos 300 milhões de dólares, que estão a ser utilizados na expansão da capacidade da rede de serviços em Luanda e também na extensão dos serviços de voz e de dados a outras províncias.

Amílcar Safeca garantiu que a empresa vai passar em breve a usar uma tecnologia disponível desde 2017, que permite que o sinal chegue mais facilmente ao interior dos edifícios, com benefícios para as comunicações.

Este ano, acrescentou, vai ser duplicada a capacidade da rede nas capitais provinciais, adiantando que, além de Luanda, as cidades de Cabinda, Lubango, Huambo, Benguela, Lobito e Dundo já beneficiam de serviços da quarta geração móvel, que deve chegar ainda este ano a Malanje, Cuito, Soyo, Uíge e Namibe.

"Essas cidades vão ter mais facilidades no acesso ao serviço de dados. Além do investimento na quarta geração, vamos continuar a fazê-lo na terceira geração móvel, usada pela maioria dos nossos clientes, e duplicar a nossa capacidade", acrescentou.

Em todo o território, a Unitel tem implantadas torres e outros equipamentos de suporte às telecomunicações em cerca de dois mil pontos, sobretudo com recurso a rede de fibra óptica, um investimento de mil milhões de dólares que começou a ser feito em 2008.

Actualmente a rede de fibra óptica da Unitel tem 11 mil quilómetros, com tubos e marcos para o enfiamento de cabos, cobrindo todas as províncias.

"Aquilo que é o traçado principal está terminado mas, nas cidades, continuamos a investir nas chamadas redes metropolitanas, acompanhando a expansão das cidades, pois precisamos de manter esses equipamentos funcionais pelo tempo de vida inicialmente planificado - uma rede de fibra óptica deve permanecer operacional por, pelo menos, um período de 25 anos", explicou, indicando que toda a área tecnológica, que inclui planeamento e operações, é formada por cerca de mil técnicos angolanos.

Indicou que esta operadora terciariza outros serviços a empresas nacionais em áreas como a implementação de infra-estruturas, torres, manutenção, geradores e abastecimento de combustíveis.

Segundo Amílcar Safeca, a cobertura das comunas mais distantes trouxe "enormes desafios" sobretudo no fornecimento de energia, que passam pelo uso de painéis solares, já que a utilização de geradores só é viável junto dos centros urbanos.

"Nas zonas muito remotas, temos de desenvolver soluções mais autónomas e, aí, a aposta tem sido a energia solar. Aliás, já temos várias estações a funcionar", concluiu.

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