A denúncia foi feita pelo director de gabinete da Inspecção-geral da Administração do Estado (IGAE), Tomás Gabriel, que não indicou qual a província em causa, salientando que o projecto está orçado em 80 milhões de kwanzas (312 mil dólares).
Tomás Gabriel, que falava numa acção de formação sobre as principais irregularidades na administração pública, acrescentou que, há quatro anos, o Governo adiantou às empresas contratadas a verba inicial de 265 mil dólares para se avançar com a obra, tendo descoberto, há duas semanas, que nada foi feito.
Acrescentou que, das 50 acções ligadas ao projecto, apenas cinco foram cumpridas, e todas em 2014, sublinhou, sem identificar quais as empresas em causa.
"As populações dessas comunidades consomem as águas das cacimbas, sem qualquer tratamento e, para nós, isso é falta de humanidade das pessoas", lamentou Tomás Gabriel.
Segundo o responsável, que falava perante os funcionários do Ministério das Obras Públicas e Construção, tal situação pode provocar ainda um clima de "insegurança e desconfiança" entre os funcionários e dirigentes, facto comprovado com as constantes queixas, denúncias e reclamações.
"Muitas das queixas, denúncias e reclamações vão cair na esfera da IGAE e elas resultam justamente desse clima de insegurança e desconfiança junto das instituições governamentais, geram questionamentos sobre a capacidade de gestão e liderança dos titulares dos órgãos", alertou.
Na ocasião, o director do gabinete da IGAE sublinhou que já reina "a confusão entre o poder discricionário e arbitrariedade" entre os titulares de cargos públicos angolanos, pelo que cabe à Inspecção-geral "delimitar essas fronteiras".