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Angola começou a produzir manuais em braille para o ensino especial

Angola está a produzir, pela primeira vez em 40 anos, manuais em braille para alunos com deficiência visual, para "suprir a carência interna de divisas para importação" desse material, informaram esta Quinta-feira as autoridades.

Rajib Dhar:

A informação foi avançada à agência Lusa, pelo director-geral do Instituto Nacional para o Ensino Especial, Jorge Pedro, afirmando que técnicos angolanos produziram já 16.000 manuais que vão começar a ser utilizados no ano lectivo de 2018.

"Encontramos esta estratégia interna para suprir a carência. Pela primeira vez em Angola, em 40 anos, produzem-se livros para os cegos em Angola, por meio desta estratégia o Ministério da Educação que investiu na montagem de uma gráfica específica para começar a produção dos manuais em braille", disse.

De acordo com o responsável, em Angola existem 22 escolas do ensino especial e um total de 816 escolas do ensino geral inclusivas, contando actualmente com mais de 28.000 alunos matriculados.

A produção desses manuais, segundo Jorge Pedro, vai ainda responder as carências dos alunos com deficiência visual, que estudavam com livros sem impressão em braile.

"Uma vez que já começámos a distribuição desses manuais, no próximo ano muitos alunos com deficiência visual poderão estudar com esses manuais. Temos já produzidos 16.000 exemplares e vamos continuar com a produção de outros materiais específicos, que antes eram importados", salientou.

Numa análise ao actual quadro da educação especial em Angola, o responsável referiu que o sector "evoluiu quantitativa e qualitativamente", com um "investimento avultado" do Governo, na compra de material específico para esse ramo de formação.

"Por exemplo, para os cegos, que é a área que absorve equipamentos modernos e mais caros, podemos encontrar as máquinas braile e esse ano, devido a situação do país, não houve importação desse material, máquinas de escrever, computadores adaptados e outros meios", apontou.

Sem avançar números, o director-geral do Instituto Nacional para o Ensino Especial informou que em relação ao quadro docente existe foi igualmente feita uma aposta forte do Ministério da Educação na formação de novos professores.

"Hoje não distinguimos professores do ensino especial e geral, porque devido ao processo de inclusão, a formação é abrangente a todos, porque pensamos que qualquer professor deve ter competências para atender quaisquer alunos", observou.

O Instituto Nacional para o Ensino Especial de Angola é um órgão afecto ao Ministério da Educação incumbido de controlar e formação de pessoas com necessidades educativas especiais.

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