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Economia

Angola é maior beneficiário da assistência financeira concedida pela China a África

Angola foi o país africano que mais beneficiou de empréstimos concedidos pela China, ultrapassando os 12 mil milhões de dólares desde 2000, segundo a unidade de investigação sedeada nos EUA ChinaAid.

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O principal receptor das linhas de crédito abertas por Pequim foi o sector transporte e armazenagem, que absorveu 20 por cento do montante global, detalha aquela pesquisa.

Logo a seguir, surge a produção e abastecimento de energia, que recebeu 18 por cento do crédito chinês.

Governo e sociedade civil, comunicações e abastecimento de água e saneamento, que, no conjunto, acederam a 667 milhões de dólares, surgem no fim da lista.

Depois de a guerra civil ter acabado, em 2002, a China tornou-se um dos principais actores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de ferro e outras infra-estruturas.

Em troca, o país asiático "obteve condições favoráveis para a exploração de minérios" no país africano, lê-se na pesquisa conduzida pela jornalista de investigação espanhola Eva Constantaras.

A China é hoje o maior importador do petróleo angolano, mas, devido à queda do preço daquela matéria-prima, o valor das exportações para o mercado chinês diminuiu cerca de 50 por cento, em 2015, para 15,98 mil milhões de dólares.

Entre as nações africanas mais beneficiadas pelos empréstimos do país asiático surgem ainda o Sudão, Gana e Etiópia.

"A maioria dos principais receptores são países ricos em recursos naturais - incluindo petróleo, diamantes e ouro - e muita da ajuda chinesa serve para tornar essa riqueza acessível para exportar", aponta o estudo.

País mais populoso do mundo, com cerca de 1.375 milhões de habitantes, a China registou nas últimas três décadas um ritmo médio de crescimento económico de 10 por cento ao ano, transformando-se no maior consumidor de quase todo o tipo de matérias-primas.

Desde 2009, o "gigante" asiático tornou-se o principal parceiro comercial do continente africano.

A pesquisa calcula que, desde 2000, os países africanos receberam de Pequim quase 100 mil milhões de dólares.

Aquele valor coloca o país asiático lado a lado com os Estados Unidos da América, cuja assistência financeira ao continente africano, durante o mesmo período de tempo, ascendeu a quase 105 mil milhões de dólares.

A China Aid revela ainda que muito do dinheiro chinês é investido nas cidades de origem dos chefes de Estado dos respectivos países, ou em regiões habitadas pelo grupo étnico do líder político.

Ainda assim, rejeita que Pequim tenha uma estratégia focada em tirar partido do clientelismo político no continente, atribuindo aquela tendência à competição por influência entre diferentes agentes do Governo chinês.

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