Numa mensagem de condolências, o Bureau Político do Comité Central do MPLA expressou "profunda dor e consternação" pela morte de João Garcia Bires.
"Foi com profunda dor e consternação que o Bureau Político do Comité Central do MPLA tomou conhecimento do passamento físico do camarada João Garcia Bires, ocorrido no dia 17 de Julho de 2025, vítima de doença", lê-se na mensagem a que o VerAngola teve acesso.
O nacionalista nasceu em Luanda, no dia 27 de Fevereiro de 1944, e desde cedo se destacou "pela sua dedicação ao saber científico e pelos firmes ideais patrióticos".
"Em Setembro de 1960, assumindo com coragem os ideais da luta de libertação nacional contra o jugo colonial, exilou-se com outros jovens patriotas no então Congo-Leopoldville, actual República Democrática do Congo, dando provas inequívocas do seu comprometimento com a causa da Independência de Angola", revela o MPLA.
"O seu engajamento revolucionário, desde a clandestinidade até ao período pós-independência, constitui um testemunho de militância exemplar, de lealdade inabalável ao MPLA e de dedicação a mãe Pátria Angola e ao povo angolano", lê-se na nota, que acrescenta: "Militante consequente, Garcia Bires, como era carinhosamente chamado pelos seus camaradas, desempenhou com zelo e elevado sentido de Estado importantes funções no seio do partido e da diplomacia nacional".
Também foi interinamente reitor da Universidade Agostinho Neto, bem como desempenhou funções como embaixador de Angola na Namíbia, China e Moçambique.
"Foi igualmente, de 10 de Setembro de 1979 a 23 de Dezembro de 1980, interinamente reitor da Universidade Agostinho Neto. Como embaixador da República de Angola na República da Namíbia e, posteriormente, na República da China e Moçambique, defendeu com competência e dignidade os interesses estratégicos do Estado angolano e consolidou laços de amizade e cooperação com as nações irmãs, cuja relações de amizade e cooperação contribuíram para a construção e desenvolvimento que Angola continua a manter no contexto internacional", refere a nota do MPLA.
Garcia Bires também teve um papel relevante no sector cultural. "No domínio cultural, destacou-se como intelectual comprometido com a afirmação da identidade nacional, foi membro da União dos Escritores Angolanos, onde exerceu o cargo de presidente, tendo contribuído para a literatura angolana com a publicação de diversos poemas em revistas e jornais da juventude das ex-repúblicas socialistas da Checoslováquia, Hungria e URSS, além de três obras literárias marcantes, sendo nomeadamente: Dia do Calendário, O Silêncio Acordado e Olhadelando", destaca o MPLA.
Assim, o Bureau Político do partido presta uma homenagem ao nacionalista e escritor.
"O Bureau Político do MPLA rende homenagem sentida às qualidades excepcionais do camarada João Garcia Bires, nacionalista convicto, patriota íntegro, profissional exemplar, escritor sensível e militante revolucionário que soube, ao longo de toda a sua vida, conjugar a acção política com o pensamento crítico e criador", escreve o partido, que considera que a sua partida "constitui uma perda irreparável não só para a sua família e círculo de amigos, mas também para a sociedade angolana, que perde um dos seus mais distintos filhos".
Por fim, o Bureau Político do Comité Central do MPLA endereçou as "mais sentidas condolências e solidariedade fraterna" à família.