Os dados são do relatório do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o ranking de reclamações do SFA, a que a Lusa teve acesso esta Quarta-feira, e indicam que foram registados uma média de 5516 processos por mês no período em análise.
As reclamações registadas nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março passados correspondem a aumentos de 105,97 por cento face ao trimestre anterior, que registou um total de 8034 processos, e de 146,29 por cento em comparação com o período homólogo de 2023.
Os serviços banca móvel e caixas automáticos estão entre as principais reclamações dos consumidores, neste período.
De acordo com o BNA, o aumento exponencial do volume de reclamações face ao período homólogo está relacionado com a entrada em funcionamento de uma nova sociedade prestadora de serviços de pagamento, a Africell Mobile Money, com uma carteira superior a 8,5 milhões de contas registadas.
O aumento da conscientização dos clientes das instituições financeiras, relativamente à defesa dos seus direitos e interesses, também concorreu para o aumento do volume de reclamações, sustenta o banco central.
Queixas ligadas ao serviço banca móvel, caixas automáticos (dificuldades de acesso ao aplicativo), caixas automáticos (não disponibilização de numerário), cartões de débito (morosidade no processo de activação e inoperância), contas de depósito à ordem (por alegações de movimentações indevidas), prestação de serviços (morosidade no atendimento), internet ‘banking’ (por morosidade na operação), cartões pré-pagos (por dificuldades nas operações de carregamento) somam quase 97 por cento das reclamações.
De acordo com o BNA, as instituições financeiras bancárias sistémicas (as mais relevantes devido à sua dimensão) registaram, neste período, uma média de 47,3 reclamações por cada 100 mil clientes, sendo que o Banco de Fomento Angola (BFA), Banco Angolano de Investimentos (BAI), Standard Bank Angola (SBA), Banco BIC e o Banco de Poupança de Crédito (BPC), estão no topo das reclamações.
As instituições financeiras bancárias não sistémicas registaram nos primeiros três meses de 2024 uma média de 213,3 reclamações por cada 50 mil clientes, enquanto as instituições financeiras não bancárias registaram uma média de 12,8 reclamações por cada 50 mil clientes.