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Empresário “finta” dificuldades de divisas em Angola e aposta na reciclagem para manter produção

A AOpacks Angola – empresa angolana de transformação de plástico – decidiu apostar em produtos locais reciclados, adquiridos a catadores de lixo, para manter a sua produção devido aos condicionalismos impostos pela desvalorização cambial para a importação de materiais plásticos.

: Facebook da Aopacks
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A AOpacks Angola, indústria de transformação de plástico, produz embalagens, materiais descartáveis, componentes e sistemas para o sector da construção civil e é um dos mais de mil expositores que apresentam os seus produtos, a partir de desta Terça-feira e até Sábado, na 38.ª edição da Feira Internacional de Luanda (Filda).

Em declarações à Lusa, Erick dos Santos Martins, director comercial e administrativo da empresa, disse que o actual cenário macroeconómico do país, marcado pela desvalorização do kwanza e escassez de divisas, levou a empresa a apostar na reciclagem.

"Preocupa-nos muito [a actual situação económica] e estamos atentos principalmente à desvalorização cambial e é por isso que nós apostamos justamente na reciclagem, uma vez que as 'commodities' de plástico, com essa flutuação cambial, aumentaram os seus preços", disse o gestor brasileiro.

Face à desvalorização cambial, a empresa, com mão-de-obra 100 por cento nacional, decidiu criar alternativas recorrendo aos produtos reciclados, colaborando com os catadores de lixo.

"Tivemos de criar alternativas que são os produtos reciclados, que geram empregos, onde trabalhamos em parceria com as comunidades de catadores de resíduos", realçou.

"Tudo isso tem fomentado e traz novos empregos e tem-nos ajudado a ver uma nova perspectiva dentro do nosso investimento e do nosso trabalho", referiu Erick dos Santos Martins, que trouxe a transformação do plástico como divisa para a Filda.

De acordo com empresário, a transformação do plástico surge como lema da sua exposição na feira de Luanda porque a empresa opta pela sua reutilização, rejeitando a ideia de ver no plástico "o grande vilão".

"O plástico, sem a devida reciclagem e sem a devida reutilização, ele é sim um vilão, então nós trouxemos a novidade que são produtos feitos por via de produtos reciclados nacionais", justificou.

O negócio do plástico, acrescentou, "é rentável a partir do momento em que há trabalho", referindo, no entanto, que apesar da redução do seu consumo, devido ao actual momento do país, o trabalho não pára, estando já a projectar o alargamento do negócio.

"Sabemos que não estamos a passar por um período fácil, onde o consumo diminui, mas isso não nos desanima e acreditamos que as coisas vão melhorar, estamos a trabalhar arduamente para que estejamos posicionados no mercado", rematou.

A 38.ª edição da Filda, inaugurada esta Terça-feira pelo Presidente, João Lourenço, decorre na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo até Sábado.

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