"A cozinha angolana é uma cozinha de conforto", com "muitos pratos de panela que nos fazem levar aos cheiros, ao ambiente de Angola e, numa só panela, tem-se tudo o que é preciso para nos alimentarmos, mas também para nos confortarmos", disse a autora à agência Lusa.
Margarida Pereira-Müller lança esta Quarta-feira o livro "Sabores de Angola. De mão dada com a Fazenda Girassol", em Lisboa, acrescentando mais uma obra às cerca de três dezenas de sua autoria.
A escritora escreve sobre as suas três paixões: Gastronomia, lendas e contos e mulheres pioneiras.
E são três os capítulos nestes "Sabores de Angola", um primeiro dedicado à geografia do país, outro sobre a sua história e um terceiro sobre a cozinha angolana.
Para Margarida Pereira-Müller, nos pratos angolanos "não pode faltar o azeite de dendê, o feijão é muito importante e, claro, o funge, que acompanha praticamente todos os pratos".
"Outra coisa que não pode faltar é o paracuca, amendoim caramelizado que não pode faltar quando se bebe uma cerveja Cuca (a cerveja angolana)", disse.
A autora considera que "a gastronomia angolana é uma verdadeira gastronomia de fusão. Passaram inúmeros povos pelo país e todos foram deixando a sua contribuição".
"Os portugueses estiveram 500 anos em Angola e deixaram, claro, uma forte contribuição. Há uma grande mistura entre as duas cozinhas", indicou.
Internacionalmente a cozinha angolana ainda é "pouco conhecida".
"Em Portugal conhece-se a muamba de galinha, mas há muitos mais pratos", referiu a escritora, para quem "as pessoas ainda não estão habituadas à cozinha angolana, porque não conhecem".
Ainda assim, em Portugal são as muitas pessoas de origem angolana que vão dando a conhecer a sua cozinha, existindo, contudo, poucos restaurantes com comida angolana em Portugal.
