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AICEP: empresas portuguesas em Angola “expectantes” mas “optimistas” quanto ao futuro

Um responsável da AICEP disse esta Quarta-feira que as empresas portuguesas em Angola estão “expectantes”, mas “optimistas” quanto ao futuro e atentas às medidas adoptadas pelo Governo, numa conjuntura adversa para o kwanza, que tem sofrido uma acentuada depreciação.

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Falando à Lusa, o administrador da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) Luís Rebelo de Sousa, que esta Quarta-feira participou no Dia de Portugal da Feira Internacional de Luanda (Filda), salientou a satisfação das empresas portuguesas que vieram apresentar os seus produtos e serviços na Filda, que neste ano bateu um recorde com cerca de 1300 participações.

"E Portugal faz boa figura já que, entre as 23 empresas que vieram com a Associação Empresarial Portuguesa [AEP] e as 30 portuguesas ou de capital misto, que estão cá (...) acaba por ter a maior representação a nível de país", observou.

Questionado sobre a actual conjuntura de escassez de divisas e desvalorização da moeda angolana, afirmou que as empresas que têm a sua operação em Angola estão ainda a aguardar para ver o impacto do choque e perceber de que forma as medidas que o Governo angolano anunciou vão ter impacto na economia angolana.

"Mas estão expectantes e optimistas em relação ao futuro na medida em que estão focadas em fazer crescer o seu negócio no mercado angolano", que se apresenta como "uma oportunidade de crescimento inexorável" e de "abertura ao investimento estrangeiro", disse.

Quanto ao contexto cambial, admite que tem colocado diferentes desafios às empresas portuguesas, destacando como denominador comum a alteração de preços no tocante a vendas e aquisições.

"Vão adiando operações, gerindo stocks, adaptando preços, enquanto aguardam pela estabilização do mercado", indicou, salientando que as autoridades portuguesas acompanham de forma próxima as empresas portuguesas estabelecidas no país africano, "procurando perceber as suas preocupações e actuar na tentativa de resolução de alguns dos desafios".

O administrador do AICEP salientou ainda que Angola teve no período pós-pandémico um ciclo positivo, de que beneficiaram as trocas comerciais com Portugal.

Em 2022, as exportações de bens e serviços de Portugal para Angola, ultrapassaram os dois mil milhões de euros, 57,4 por cento acima do ano anterior, enquanto as importações com origem em Angola, aumentaram 367,5 por cento.

Nos quatro primeiros meses deste ano, as exportações portuguesas de bens de serviços atingiram 774 milhões de euros (mais 85 milhões do que no período homólogo) em igual período do ano anterior, ou seja, um aumento de 12,3 por cento.

Angola ocupa actualmente a nona posição na tabela dos principais clientes de Portugal e é o 42.º fornecedor do país.

Estima-se que mais de 1200 empresas de capital português ou misto possuam actividade em Angola, actuando em áreas como a construção civil e infra-estruturas, o agro-alimentar e agro-industrial, a banca, os seguros, a metalomecânica, as tecnologias de informação e comunicação (TIC), a energia, a saúde, e o transporte e logística.

Para Luís Rebelo de Sousa, as áreas mais atractivas para o investimento português em Angola "são aquelas em que o país possui valências reconhecidas internacionalmente e que poderão contribuir para o desenvolvimento económico de Angola", entre as quais o agro-industrial, a indústria, a saúde, as TIC, as energias renováveis, o turismo, as infra-estruturas e a formação.

Quanto às novas medidas adoptadas pelo Governo para mitigar o défice orçamental, notou que é necessário aguardar que surtam efeito: "Devem ser encaradas como um incentivo para identificar oportunidades de negócio em sectores que serão importantes na estratégia de diversificação económica de Angola".

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