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Banca e Seguros

Governo considera sustentabilidade da banca “desafio urgente e necessário”

O Governo considerou esta Sexta-feira que a sustentabilidade da banca é um “desafio urgente e necessário” e exortou os profissionais do sector a “assumirem esta responsabilidade” com a adopção de critérios ambientais, sociais e de governança nas suas operações.

:  Angola Image Bank
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"Significa que os operadores do sector devem considerar outros factores, fora do seu habitual 'core business', como o investimento em tecnologias verdes e no propalado mercado de carbono, ao financiar projectos e empresas que buscam soluções sustentáveis", disse a secretária de Estado da Acção Climática, Paula Coelho.

Para a governante, que falava na abertura da 1.ª Conferência sobre Sustentabilidade na Banca, ao apoiar iniciativas socioambientais, a banca "não apenas promove a transição para uma economia de baixo carbono, mas também abre oportunidades de negócio".

E "impulsiona o desenvolvimento sustentável, contribuindo assim para a construção de uma economia circular, mais equilibrada e justa", referiu.

A conferência promovida em Luanda pela Associação Angolana de Bancos (Abanc) tem como tema "ESG ['Environmental, Social and Governance'] e a Sustentabilidade na Banca".

Segundo Paula Coelho, o ESG (conjunto de critérios utilizados para avaliar o desempenho das empresas em relação às questões ambientais, sociais e de governança corporativa) está "intimamente relacionado" com os 17 objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS).

A principal conexão entre esses dois conceitos (ESG e ODS), explicou, "está no facto de que as empresas têm uma função social relevante e devem fazer sentir cada vez mais esta posição, diante dos principais desafios globais de hoje".

Defendeu a necessidade de os operadores financeiros corporizarem nas suas acções o ESG, por entender ser uma questão que tem a ver com o futuro do planeta e para o desenvolvimento sustentável.

Na sua intervenção, disse que o Governo reconhece a vulnerabilidade do país às alterações climáticas e "tem consciência" dos impactes que tem vindo a sofrer e da tendência para se agravarem.

"O país tem registado, entre outros efeitos, ciclos recorrentes de secas e inundações que têm vindo a afectar de forma diferenciada as diferentes regiões do país, com consequências ao nível ambiental, social e económico e com mais incidência as regiões situadas a sul", notou.

Com vista a mitigar e adaptar o país a estas realidades, a secretária de Estado explicou que têm sido aprovados vários instrumentos, como o Programa de Acção Nacional de Adaptação de Angola, a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2022-2035 e outros.

Paula Coelho entendeu, por outro lado, que à medida que Angola enfrenta os desafios das mudanças climáticas, é essencial que os sectores financeiros e bancário desempenhem um papel fundamental na mobilização de recursos.

O financiamento climático refere-se a todo o tipo de financiamento local, nacional e internacional "que pode ser canalizado através de fontes públicas, privadas e outras para combater as alterações climáticas", apontou.

Referiu-se também às "pequenas" linhas de financiamento para medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas de que Angola dispõe, dando nota que o principal instrumento utilizado pelo Governo para a gestão e conservação do ambiente tem sido, até ao momento, o Fundo Nacional do Ambiente.

Adicionalmente existem outros instrumentos e fundos capitalizados via Orçamento do Estado que apoiam projectos e programas climáticos, argumentou.

Considerou ainda que os bancos podem utilizar os seus recursos e conhecimentos para avaliar a viabilidade e o mérito dos projectos, garantindo que estejam alinhados com os critérios de sustentabilidade e responsabilidade social.

"Além disso, a relação entre os fundos de financiamento climático e a banca ajuda a mitigar os riscos associados aos projectos sustentáveis. A colaboração entre os fundos de financiamento climático e a banca também impulsiona e inovação", rematou a governante.

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