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TCUL anuncia “estabilidade financeira” apesar de passivo de três mil milhões de kwanzas

A administração da operadora de Transportes Coletivos e Urbanos de Luanda (TCUL) anunciou que a empresa pública goza de “estabilidade económica e financeira”, apesar do passivo negativo de 3 mil milhões de kwanzas.

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Segundo o presidente do Conselho de Administração da TCUL, Catarino César, a actual estabilidade da empresa resulta dos investimentos dos últimos dois anos, feitos pelo accionista maioritário, o Estado, recordando que a empresa vem de um histórico "não muito bom".

"Mas, felizmente nos últimos dois anos, fruto de investimentos que o accionista maioritário Estado, por via do Ministério dos Transportes, efectuou, conseguimos sair de um estágio de alguma instabilidade para um estágio de maior equilíbrio económico e financeiro", afirmou o responsável.

A estratégia da empresa, antes de 2017, recordou, era de sobrevivência: "Tínhamos um conjunto de constrangimentos, desde a área operacional, uma frota reduzida, dívidas elevadas com o INSS [Instituto Nacional de Segurança Social], alguns organismos do Estado e com fornecedores".

"E colocavam a empresa numa situação de insolvência, tínhamos atrasos regulares de salários, enfim, eram momentos muito críticos", recordou, assegurando que estas situações agora fazem parte do passado.

Em declarações no âmbito dos 34 anos da empresa, assinalados a 12 de Julho, Catarino César referiu que depois de 2017 a TCUL ganhou um novo fôlego, sobretudo no quadro da estratégia traçada pela empresa alinhado ao programa do Ministério dos Transportes.

"Definiu-se uma estratégia de relançar a empresa e de lá para cá o Estado foi fazendo alguns investimentos com a compra e entrega de autocarros à TCUL, estamos a falar 153 autocarros, em 2020, e em 2021 mais novos autocarros, sendo que a entrega desses meios alavancou a empresa", frisou.

O volume de negócios "aumentou e começou-se a sair da instabilidade", porque se conseguiu, nos últimos dois anos, "ultrapassar grande parte dos constrangimentos".

"Estamos a dizer que, a dívida que tínhamos com o INSS, que não permitia que trabalhadores passassem à reforma, foi resolvida, a dívida que na altura era de 700 milhões de kwanzas nos últimos dias foi liquidada a 100 por cento", garantiu.

"Temos preparado processos para mais de 180 trabalhadores passarem regularmente à reforma, já é possível com o volume de negócios e com os proveitos operacionais proceder ao pagamento regular dos salários", sustentou.

A liquidação do passivo negativo da TCUL nos próximos dois anos, que ronda os 3 mil milhões de kwanzas, consta do plano de reestruturação da operadora estatal, cuja administração perspectiva "manter o ritmo de crescimento do volume de negócios".

"Temos um plano de reestruturação, com um conjunto de forças que identificámos, para alavancar a empresa e criarmos uma estabilidade também das nossas contas, porque nós nos últimos anos vimos a necessidade de fazer um saneamento económico e financeiro da empresa e está a resultar", notou.

Os indicadores do 1º trimestre de 2022 dão "prova disso", pois na projecção "para os próximos meses também grande parte das dívidas" do "passivo elevado tem sido regularizada".

Catarino César disse ainda que a sua administração tem um "diálogo permanente" com o sindicato da empresa, que nos últimos tempos protestavam por melhores condições salariais e laborais, referindo que "algumas das suas preocupações já foram atendidas".

"Fruto desse diálogo pensamos ir melhorando, não só os salários, mas também as condições de trabalho, que em muitos casos ainda temos a certeza que não é das melhores e estamos a melhorar", rematou o presidente da administração da TCUL.

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