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Organizadores de passeata que acabou em distúrbios chamados à comissão de disciplina do MPLA

Os organizadores da passeata, no Sábado, em louvor ao Presidente João Lourenço, que terminou com violência e vandalismo em Luanda vão ser ouvidos na Quinta-feira pela Comissão de Disciplina e Auditoria do partido.

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Segundo uma fonte do MPLA, serão ouvidos os dois dirigentes da Associação de Jovens Unidos e Solidários (AJUS) que mobilizou cerca de 14 mil motoqueiros para apoiar João Lourenço, no mesmo dia em que este discursou num mega-comício, marcando o arranque da campanha eleitoral para as eleições de 24 de Agosto de 2022.

Nesse dia, milhares de jovens motoqueiros circularam pela Ilha de Luanda, onde pelo menos uma viatura foi incendiada, e nas imediações da Cidade Alta, junto ao Palácio da Justiça, para exprimir a sua revolta por alegadamente não terem recebido o pagamento que lhes tinha sido prometido para participar na passeata.

Em vídeos partilhados nas redes sociais, veem-se motoqueiros enfurecidos a queimar material de propaganda com a efígie de João Lourenço, bem como militares fazendo disparos junto ao Palácio da Justiça.

Um responsável da AJUS ouvido anteriormente pela Lusa, Wankana Oliveira, garantiu que, apesar do número de participantes ter sido muito superior às expectativas, todos receberam a "gratificação" prometida.

Entretanto, quatro dias depois dos incidentes, mantém-se o silêncio por parte das autoridades e do MPLA, partido no qual militam os dirigentes da AJUS, que atribuem os distúrbios a "infiltrados".

A polícia continua sem se pronunciar sobre a ocorrência, apesar das várias tentativas feitas pela Lusa nesse sentido.

Uma fonte do MPLA adiantou, no entanto, que o Serviço de Investigação Criminal está a investigar os incidentes e já ouviu os dirigentes da AJUS.

Nas redes sociais, há relatos que apontam para três mortos e um número indeterminado de feridos e detidos que a polícia não confirma nem desmente, optando por não responder às questões.

O MPLA tem reagido da mesma forma e também ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

A Lusa questionou o porta-voz e secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão, sobre o envolvimento do partido na passeata, bem como uma eventual suspensão dos dois militantes, noticiada pelo portal Club K, sem obter resposta.

Contactou também o secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, para obter esclarecimentos, mas este não atendeu as chamadas nem respondeu às mensagens.

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