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Projecto da Baía de Moçâmedes possibilitará a exportação de ferro do Sul do país

O governador da província do Namibe, Archer Mangueira, considerou que quando o Projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes estiver concluído dotará aquela província com “o único Porto Mineiro do Sul” do país, capaz de escoar e exportar minério de ferro da região de Kassinga (Huíla) e do projecto siderúrgico do Cuchi (Cuando Cubango).

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"Uma vez concluído, no horizonte de três anos, este projecto dotará o Namibe com o único Porto Mineiro do Sul de Angola, com capacidade de escoamento e exportação do minério de ferro da região de Kassinga, na Huíla, e do projecto siderúrgico do Cuchi, no Cuando-Cubango", afirmou o governador, que falava na abertura do 14.º conselho consultivo do Ministério dos Transportes.

No seu discurso – disponibilizado na íntegra no Facebook do governo provincial –, apontou que o projecto também possibilitará que o Porto Comercial fique "a ser o principal operador na região, com capacidade de transferência de carga entre navios de diferentes calados e um novo terminal de contentores, com os equipamentos apropriados para melhorar a eficiência da operação portuária e aumentar a competitividade".

Considerou igualmente que a infra-estrutura permitirá que a carga que "actualmente é operada a partir de Walvis Bay, na Namíbia" aceda directamente ao país, "além de ser uma porta de saída privilegiada para as nossas exportações e as dos países vizinhos sem acesso directo ao mar".

Archer Mangueira sublinhou que assim, se vai abrir "um horizonte particularmente rico em oportunidades de investimento e emprego, por via do desenvolvimento da economia circular, da economia azul, do aumento das exportações e da promoção do turismo". Contudo, acrescentou que "essas oportunidades só serão materializadas se todas as partes envolvidas apostarem, verdadeiramente, no desenvolvimento do empresariado e da economia da província" e, por isso, diz haver "a maior expectativa de que será dada prioridade à subcontratação de empresas locais, e que estas saberão responder aos desafios".

"Estamos, igualmente, confiantes no recrutamento e formação dos nossos jovens, para preencher as muitas centenas de postos de trabalho directos que serão criados, em profissões que abarcam a gestão de operações portuárias, a logística, a tramitação de comércio exterior e a operação de equipamentos, como gruas de contentores, navios de operação e radares, entre outras", indicou.

O governador frisou ainda que "uma vez em pleno funcionamento" e consolidados as centenas de novos empregos, estas novas infra-estruturas "irão gerar ainda mais oportunidades de negócio, de investimentos e criação de empregos qualificados, para os jovens que agora frequentam a Universidade do Namibe e o ensino médio nas escolas dos nossos cinco municípios".

Deixou igualmente um apelo à Agência Marítima Nacional, para que estabeleça "mecanismos de certificação destes profissionais" e que seja possível também a implementação dos "códigos marítimos exigidos internacionalmente para colocar o nosso país na lista branca do Organismo Marítimo Internacional".

Disse ainda estar certo de que ser irá aproveitar "plenamente todas as externalidades positivas de um projecto desta dimensão e importância, cujo investimento, estimado em 600 milhões de dólares, é financiado em 85 por cento pelo Banco do Japão para a Cooperação e Internacional em 15 por cento pelo Banco de Desenvolvimento da África Austral".

No seu discurso, o governador pediu também apoio ao sector para a "aquisição de autocarros de transportes públicos", uma vez que a "frota de transportes colectivos, tanto entre os municípios como dentro dos municípios, é manifestamente insuficiente, confrontando-se os namibenses com muitas dificuldades para se deslocarem entre os seus locais de residência e os locais de trabalho ou de estudo", acrescentando que há também necessidade de se aumentar as frequências dos voos entre a capital e o Namibe.

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