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Juvenália de Brito: “O mundo da influência digital em Angola é um mercado que ainda está a crescer”

Juvenália de Brito nunca pensou em fazer carreira nas redes sociais, no entanto, o amor pela maquilhagem falou mais alto. O YouTube começou por ser um hobby e, mais tarde, o Instagram abriu-lhe as portas para o sucesso. Juvenália tem mais de 23 mil seguidores no Instagram e é uma das mais recentes caras do Ginga Café. O VerAngola esteve à conversa com a digital influencer para perceber como funciona o seu dia-a-dia.

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Fale-nos um pouco de si. Quem é a Juvenália?

Eu sou a Juvenália de Brito e sou maquilhadora na cidade Luanda. Há quatro anos que estou 100 por cento dedicada à maquilhagem, mas a paixão surgiu em 2013, depois de ter terminado a minha formação de Engenharia Civil nos Estados Unidos, na Universidade de Illinois. Tenho também um espaço de maquilhagem no Mix Center Talatona onde funciono com mais alguns colaboradores.

Quando e como surgiu a ideia de trabalhar com as redes sociais? Sempre quis ser uma digital influencer?

Na verdade, apaixonei-me pela maquilhagem através das redes sociais, através do YouTube, de tutoriais de outros influenciadores digitais. Sempre tive em mente esse lado das redes sociais, esse lado do criar uma carreira com a ajuda das redes sociais. E antes de começar a maquilhar o público, fazia vídeos no YouTube porque era uma paixão que ainda estava a crescer, apesar de ainda não saber bem o que estava a fazer, estava apenas a aprender.

Já que estava apaixonada pela maquilhagem, mas ainda não podia trabalhar a maquilhar outras pessoas, refugiei-me no Youtube e no Instagram com fotos e vídeos sobre maquilhagem. Desde que comecei a olhar para esse lado da maquilhagem, sempre tive as redes sociais em mente e hoje ajudam bastante a fazer crescer o meu negócio.

Dizer se sempre achei que me ia dedicar a isso, não diria, principalmente por ter começado como engenheira civil e ter trabalhado durante dois anos como engenheira de campo na área petrolífera. O lado digital foi algo que fiz no princípio quando não podia maquilhar outras pessoas, mas depois deixei um pouco de me focar nisso quando já tinha o meu negócio físico. No entanto, agora estou-me a entregar um pouquinho mais a esse lado e estou a aprender bastante. Sempre usei as redes sociais para fazer publicidade ao meu trabalho. Mas hoje graças ao número de seguidores que eu consegui alcançar devido ao meu trabalho, já faço publicidade para outras marcas, outras empresas e foram oportunidades que foram surgindo com o tempo.

Houve algum ou alguns digital influencers que lhe despertaram a paixão pela profissão?

Eu sigo vários influenciadores e parece que hoje todo o mundo é influenciador. Todo o mundo usa as redes sociais de alguma forma. Mas uma das primeiras pessoas que eu seguia é a Camila Coelho, é uma maquilhadora ou influenciadora brasileira. Ela é uma das minhas maiores inspirações em termos de influência digital. Tem também a Luissandra que é uma maquilhadora angolana, respeito muito o trabalho dela, mas também a forma como ela usa as redes sociais, a forma como ela é activa nas redes sociais e inspiro-me muito nisso.

Como funcionam os bastidores do seu trabalho? No fundo explique-nos como gere o seu tempo, a parceria com as marcas, como funciona o processo criativo dos conteúdos criativos que produz, entre outros.

Estou bastante dedicada à criação dos vídeos de maquilhagem que se chamam de challenges. Basicamente a maquilhagem aparece num estalar de dedos como se fosse a magia da transformação passo a passo. O primeiro vídeo que fiz demorou mais ou menos oito horas. Foi um processo muito longo, mas agora que já percebo um pouquinho melhor da matéria, já sou um pouquinho mais rápida a editar os meus vídeos. Mesmo a gravar os meus vídeos já levo menos tempo. Já consigo gravar um vídeo e publicar no mesmo dia. Enquanto às vezes tenho do gravar num dia e editar no outro para depois publicar.

Estou a melhorar nesse aspecto, é muito importante para quem trabalha com as redes sociais e com maquilhagem estar actualizada porque exige muita preparação tanto a criação das fotos como dos vídeos. Saber onde colocar os produtos, a iluminação, aquilo que tenho que ter vestido, às vezes também tem a ver com o uso de maquilhagem ou não, tem a ver com o produto que estou a publicitar, é um processo e tanto, mas o produto final vale a pena.

Por falar em parceria com marcas, o que sentiu ao ser convidada para representar a marca Ginga Café? Como funcionou a parceria?

É já a segunda vez que faço parte da equipa dos influenciadores do Ginga Café. A primeira vez foi o ano passado e esse ano estou a fazer parte novamente, então já domino um pouco esta matéria. Fiquei muito feliz por ser convidada e voltar a fazer parte da equipa de influenciadores. Gostei muito de ter trabalhado com eles na primeira fase, aprendi bastante não só sobre o café, mas também sobre a vida de influenciadora digital. Na verdade, sou um pouco nova nesse mundo da influência digital e a Ginga foi a primeira parceria em concreto que tive. 

Quanto à Ginga Café, está a ser uma boa experiência. Temos liberdade de criar o conteúdo que quisermos consoante o nosso público e as nossas funções, fora o ginga, então tem sido muito interessante e muito bom para mim. Geralmente partilhamos com os nossos seguidores os benefícios do café, que são muitos, e temos também de representar a marca de uma forma positiva: como é que usamos o café no nosso dia-a-dia, para beber, mas também outras formas de usar o café, formas criativas que podemos usar o café no nosso dia-a-dia. Eu e os meus colegas como influenciadores estamos aqui para fazer isso, para transmitir essa informação da melhor forma e da forma mais positiva e criativa possível.

Tem seguidores de todo o mundo ou a comunidade é apenas de Angola?

A maioria dos meus seguidores são da Angola, o Instagram consegue dar essa informação e acho que cerca de 85 por cento do meu público são angolanos, o resto são alguns americanos, moçambicanos e pessoas de Portugal, que também se calhar são angolanos, mas que residem em Portugal.

Como é ser uma digital influencer angolana? É reconhecida em público?

Sou às vezes. Ainda não me sinto num patamar, de vamos dizer, famosa ou algo assim, mas sou conhecida às vezes, não necessariamente pelo mundo digital, mas pelo meu trabalho como maquilhadora em Luanda. Já tive contacto com muita gente. Muitas das minhas clientes que vão passando a palavra, então não só das redes sociais, mas também pelo meu trabalho. Acho que o mundo da influência digital em Angola é um mercado que ainda está a crescer, ainda está a ser muito explorado, mas que daqui a alguns tempos vai ser uma indústria muito lucrativa.

Actualmente quais são os seus digital influencers preferidos?

De momento os influencers que eu mais gosto são a Camila Coelho, Nikkietutorials e a Juddy da Conceição, que nos tem ajudado ao partilhar algumas experiências que ela teve, para tornar os outros influenciadores maiores em melhores.

Quanto a trabalhos futuros, alguma surpresa preparada para este ano?

Quanto a trabalho de futuros, tenho vários em mente para a minha empresa de maquilhagem. Em termos de influencer só gostaria de me dedicar mais, não tenho assim grandes planos, grandes surpresas ainda, mas sei que virão. No entanto, devido à situação corrente é um pouquinho difícil saber bem quando. Estou a trabalhar todos os dias para melhorar nesse aspecto e eventualmente conseguir mais oportunidades.

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