Em carta enviada à ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento, à qual a Lusa teve acesso esta Quinta-feira, os estudantes dizem assistir com alguma preocupação ao aumento do desemprego fruto de despedimentos nas pequenas e médias empresas.
Segundo o MEA, a falta de emprego no seio da juventude "abre espaços para práticas anti-sociais nas famílias e a situação continua a adiar o sonho de muitos jovens que não estudam e nem trabalham".
"Para o nosso espanto e diferente de outros países onde os ministérios de tutela têm estado a advogar junto das instâncias afins para a protecção da juventude, no nosso país isso é uma quimera", lê-se na carta.
Para os estudantes, o Ministério da Juventude e Desportos, que deveria encontrar métodos e soluções para mitigar as dificuldades dos jovens, "nada diz e nada faz".
Na carta, endereçada à ministra que tutela o sector e assinada pelo seu presidente, Francisco Teixeira, o MEA considera que "é preciso colocar o Orçamento ao dispor da juventude angolana e não a um grupinho seleccionado a dedo, como tem sido".
As políticas do ministério para "ajudar o titular do poder executivo", Presidente, João Lourenço, na redução do desemprego no país e acções para "travar os despedimentos em massa" são igualmente questionadas na missiva.
De acordo com o Movimento dos Estudantes Angolanos, a maior parte dos professores do ensino particular são jovens, está há quatro meses sem salários e pedem soluções ao Governo.
No documento, datado de 29 de Junho, o MEA pede respostas "num espaço de quinze dias", após o qual ameaçam desenvolver "outro tipo de acções para exigir do ministério respostas claras" às suas preocupações.