Os dados foram avançados à agência Lusa pelo presidente do Conselho de Administração do grupo AAA, Carlos Vicente. A parceria lançada em 2015 com o grupo francês Accor para a gestão da rede hoteleira terminou no passado mês de Fevereiro, devido às dificuldades cambiais em Angola.
A gestão dos hotéis, sob a designação comercial IU (três estrelas) e IKA (cinco estrelas), passou para as mãos da AAA (antiga seguradora), que além dos nove em funcionamento prevê a abertura de mais "três ou quatro" ainda este ano.
Estas novas unidades vão juntar-se ao IU Hotel de Mbanza Congo, com 120 quartos e quatro salas de reuniões, inaugurado a 27 de Junho na capital da província do Zaire.
"Aumenta a capacidade de alojamento da cidade e oferece um serviço com mais qualidade. Qualquer cidade com um património mundial precisa de hotéis com qualidade. Acreditamos que a partir de agora mais pessoas visitarão Mbanza Congo", explicou Carlos Vicente.
As ruínas do centro histórico da cidade de Mbanza Congo foram declaradas, a 8 de Julho de 2017, Património Mundial da Humanidade, a primeira classificação do género atribuída a Angola pela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Desde então que tem sido apontada pelas autoridades locais a dificuldade da promoção turística da cidade, dada a quase inexistência de quartos.
"Além de ter um património mundial, Mbanza Congo representa o começo da Angola contemporânea, o começo das trocas culturais e comerciais com o Ocidente, o começo da literacia em Angola e da expansão do cristianismo em Angola", destacou o presidente do conselho de administração do grupo AAA.
O projecto "Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar", que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007, mas a sua classificação é o culminar de um processo com cerca de 30 anos.
O Kulumbimbi, as ruínas da sé catedral de Mbanza Congo, do século XVI, o primeiro templo católico construído a sul do equador, é o cartão-de-visita desta classificação, assim como o cemitério dos antigos Reis do Congo ou o museu, adaptado do antigo palácio daquela monarquia e que hoje guarda algumas relíquias seculares daquele povo.
Os franceses da Accor iniciaram em 2016 a gestão, em Luanda, dos primeiros três hotéis do grupo angolano AAA, de um total inicialmente previsto de 50, conforme acordo assinado no ano anterior, no âmbito da visita a Angola do então Presidente François Hollande.
A 3 de Julho de 2015, durante a visita oficial a Luanda de François Hollande, o grupo Accor assinou um acordo para ficar com a gestão da rede de hotéis da AAA, em construção desde 2007, permitindo a abertura de 50 unidades e a criação de 3000 postos de trabalho. Previa-se a disponibilização de mais de 6200 quartos até 2017.