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Sindicato distribui cesta básica a professores sem salários no Huambo

Os professores na província do Huambo, sem salários há quatro meses, estão a ser apoiados com uma cesta básica, iniciativa do sindicato local da Educação, que já gastou quatro milhões de kwanzas neste apoio.

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A informação foi transmitida à Lusa pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Cultura e Comunicação Social do Huambo, Adriano dos Santos, referindo que a iniciativa visa apoiar 904 professores da província que se encontram nesta condição.

"É com base no fundo de beneficência social do sindicato que conseguimos esses produtos diversos da cesta básica, entre arroz, açúcar, sabão, óleo vegetal, para cobrir as necessidades dos nossos colegas que estão sem salários desde Abril e isto custou aos cofres do Sindicato cerca de quatro milhões de kwanzas", explicou.

O Ministério das Finanças suspendeu, em Abril, os salários de mais de 64.000 funcionários públicos por alegada dupla "efectividade e falta de documentos", medida que tem sido contestada por trabalhadores e sindicatos.

No caso da província do Huambo, estavam sem salários cerca 2.080 professores, mas em Maio, disse o sindicalista, mais da metade foi reactivada deixando ainda de fora um total de 904 docentes, cujas dificuldades estão a ser "minimizadas com a cesta básica".

"A medida, que teve início no município sede da província do Huambo, abrangeu mais de 300 filiados. O projecto vai continuar em outros municípios da província, pois de seguida vamos aos municípios do Bailundo, Catchiungo", adiantou.

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Cultura e Comunicação Social do Huambo promoveu de 30 de Maio a 15 de Junho uma greve interpolada para protestar contra esta medida do Ministério das Finanças, que segundo Adriano dos Santos resultou numa "reacção lenta" das autoridades.

"Veio uma comissão do Ministério das Finanças em Junho, começou um novo processo de cadastramento, na altura tínhamos convicção que todos estariam reinseridos, mas até agora nada", apontou.

A situação, acrescentou, "é preocupante" tendo em conta os quase quatro meses sem salários.

"Os professores, para sobreviverem, já venderam de tudo um pouco, continuam endividados e mesmo que paguem os retroactivos a partir de Abril servirá apenas para liquidar dívidas, então as pessoas estão nesta condição daí o nosso apoio com a cesta básica", concluiu.

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