"O acordo com o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) é uma oportunidade que vai permitir a emissão de pelo menos 850 milhões de dólares em “green bonds” nos próximos cinco anos", disse o director do departamento de Finanças Sociais e Climatéricas, Divaldo Rezende, à Lusa.
Falando na sequência do acordo assinado durante os Encontros Anuais do banco, que decorreram recentemente em Abuja, na Nigéria, Divaldo Rezende vincou que "a Aenergy usará toda a sua experiência acumulada de mais de 15 anos na área das alterações climáticas e desenvolvimento sustentável para auxiliar o Afreximbank, que tem a capacidade de alavancar os investimentos através da sua solidez financeira".
A emissão de dívida através de “green bonds” traz vantagens, não só ao nível do custo dos empréstimos, mas também através de condições mais vantajosas no financiamento, já que são feitas ao abrigo dos termos definidos no âmbito do Acordo de Paris sobre o clima.
"O Afreximbank é um dos grandes agentes em termos de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, e pode trazer benefícios aos países e à população do continente africano, estimulando o comércio, exportações e importações, e fortalecendo os objeticvos do Desenvolvimento Sustentável", acrescentou à Lusa o responsável.
No ano passado, os bancos de desenvolvimento multilaterais aprovaram financiamentos nesta área no valor de 35,5 mil milhões de dólares, mas África recebeu apenas 2,3 mil milhões, menos de um por cento do total, ao passo que o total de financiamento feito com base nas condições definidas pelos acordos climatéricos mundiais (geralmente designado de “climate finance”) deverá chegar aos 865 mil milhões de dólares.
"O Afreximbank tem uma boa avaliação de rating por parte das agências internacionais, principalmente quando comparado com os países africanos, por isso pode ajudar os países a serem elegíveis para emitirem “green bonds”, e o nosso objectivo é levar a nossa inteligência nesta área no contexto africano para ajudar o Afreximbank", acrescentou o gestor em declarações à Lusa.
A Aenergy é uma empresa angolana focada nos negócios em Angola, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Moçambique, nas áreas da produção de energia, petróleo e gás, transportes ferroviários, instalações industriais e serviços mineiros, gerindo um portefólio de projectos no valor de 1,5 mil milhões de dólares.
O Afreximbank é um banco de apoio ao comércio, exportações e importações criado em Abuja, em 1993, e que tem um capital de 11,9 mil milhões de dólares.
Os accionistas são entidades públicas e privadas divididas em quatro classes e dele fazem parte governos africanos, bancos centrais, instituições regionais e sub-regionais, investidores privados, instituições financeiras, agências de crédito às exportações e investidores privados, para além de instituições financeiras não africanas e de investidores em nome individual.
