O anúncio foi feito por Mahad Amed, director executivo da consultora AMEDTrade, em declarações à Lusa. "O objetivo da conferência que vai decorrer em Luanda em Novembro durante dois dias é fazer avançar a discussão sobre o conteúdo local no sector do petróleo e do gás e sobre como mudar de discussões de políticas para a implementação de iniciativas", disse Mahad Amed.
"Queremos ouvir as outras empresas petrolíferas e consultores e autoridades governamentais para saber como estão a fazer, recolher experiências da Nigéria, da Guiné Equatorial e comentários de outros accionistas, como os bancos, por exemplo", acrescentou o director da consultora sedeada em Londres.
A iniciativa do encontro partiu da Associação Africana de Produtores de Petróleo (AAPP), que reúne os 18 países que produzem esta matéria-prima, e Angola propôs-se organizar novamente a conferência nos dias 26 e 27 de novembro.
"O grande objectivo é continuar a discussão de 2016, trazendo os decisores políticos e empresariais para uma conversa sobre como implementar as regras sobre o conteúdo local no sector do petróleo e gás e como desenvolver um mapa para o fazer", notando que uma das principais razões para a sua presença nos Encontros Anuais do Afreximbank, que decorreram recentemente na Nigéria, é "perceber como o Afreximbank está a oferecer produtos ou serviços sobre o tema do conteúdo local em países em que o petróleo representa uma grande parte do Produto Interno Bruto".
Questionado sobre se a mudança de Governo em Angola em 2017 trouxe uma nova abordagem ao sector do petróleo, Mahad Amed disse que não: "O novo Governo tem o mesmo entusiasmo e o mesmo envolvimento, mas houve uma reestruturação em vários ministérios, e isso abrandou ligeiramente a implementação prática do programa, mas agora estamos a todo o vapor, e o apoio e o envolvimento do sector público e do sector privado será tão forte como dantes", afiançou.
As políticas de conteúdo local são um ponto importante para os governos africanos porque estimulam o desenvolvimento económico de longo prazo e o crescimento, com o objectivo de transferir conhecimento, talento e valor para as populações locais, explica o consultor, lembrando que a AAPP defende uma meta de 30 por cento de conteúdo local para os países que são membros da associação.
De acordo com o programa provisório, no encontro estarão o ministro do Petróleo de Angola, Diamantino Azevedo, o presidente executivo da Sonangol, Carlos Saturnino, o secretário executivo da AAPP e representantes dos ministérios responsáveis pelo petróleo na Guiné Equatorial, Nigéria, Gana e Benim, entre outros.