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Governo prevê aumentos no preço dos combustíveis

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, admitiu um cenário de aumento dos preços combustíveis no país, mas em paralelo com medidas para mitigar efeitos negativos na vida das famílias.

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A posição é assumida numa informação divulgada pelo Ministério das Finanças, sobre declarações de Archer Mangueira durante a visita que o governante está a fazer, desde Terça-feira, às províncias do Cuando Cubango, Moxico, Lunda-Sul e Lunda-Norte.

Segundo a mesma informação, Archer Mangueira disse, no Moxico, estar em curso um estudo sobre o impacto de um eventual ajustamento dos preços dos combustíveis e seus derivados na vida da população.

Assegurou, contudo, que serão adoptadas medidas para mitigar qualquer efeito negativo na vida das famílias, mas sem adiantar prazos para esta subida dos preços dos combustíveis e derivados.

A Associação Industrial de Angola (AIA) considerou, no final de Junho, que as empresas nacionais não conseguem suportar o aumento para o dobro no preço dos combustíveis, como foi sugerido pelo FMI, defendendo que a aposta deve passar, antes, por uma boa gestão.

A posição foi manifestada à agência Lusa pelo presidente da AIA, José Severino, depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter estimado que o Governo angolano terá de duplicar o preço do litro de gasolina e de gasóleo em oito meses, para eliminar os subsídios que atribui à petrolífera Sonangol para manter os preços baixos.

"Os empresários não conseguem suportar esses aumentos em oito meses. Isso é utópico, com todo o respeito, mas são só os máximos que o FMI tem na sua projecção. Mas estão a dar-nos um sinal que é preciso fazer-se alguma coisa, como já se fez da outra vez", apontou José Severino, recordando o ajustamento de preços, com a retirada das subvenções estatais, realizado entre 2015 e 2016.

Para o líder dos empresários, actualmente o problema em Angola "é uma questão de gestão dos recursos". "Temos que ver como se gastam os combustíveis. E nós somos perdulários", criticou.

O responsável recordou, por exemplo, a necessidade de, pelo contrário, atribuir os prometidos subsídios ao gasóleo na agricultura e nas pescas, mas também para "algumas indústrias estruturantes" do país.

A estimativa dos aumentos necessários nos preços dos combustíveis consta das conclusões da missão FMI no âmbito das consultas regulares com as autoridades angolanas, ao abrigo do Artigo IV, realizadas este ano.

"A missão estima que os preços da gasolina e do gasóleo precisariam ser ajustados em 100 por cento, para eliminar os subsídios que são actualmente absorvidos pela Sonangol", lê-se no documento, de Junho, noticiado anteriormente pela Lusa.

Se esta recomendação fosse atendida, o preço do litro de gasolina em Angola subiria para 320 kwanzas e o do gasóleo para 270 kwanzas.

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