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Ramos-Horta defende que empresários da CPLP aproveitem crises para investir

O ex-Presidente timorense, José Ramos-Horta, defendeu esta Sexta-feira que, apesar da “crise económico-financeira que afecta tantos países” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), existem “oportunidades” de negócio que os empresários devem aproveitar.

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“A minha mensagem é a de que as crises criam oportunidades”, incentivou Ramos-Horta, em declarações à agência Lusa, depois de ser homenageado numa cerimónia no Instituto Politécnico de Beja, em Portugal, no âmbito do III Fórum dos Exportadores da CPLP, que está a decorrer na cidade.

Ao intervir na sessão em que foi homenageado, o antigo Presidente de Timor-Leste já tinha deixado esta mensagem e deu como exemplo o caso de um grande empresário norte-americano que comprou dívida da Guiné-Bissau, num momento de instabilidade política, e que, mais tarde, quando a vendeu, obteve um lucro de 30 por cento.

Nas declarações à Lusa, Ramos-Horta insistiu que, “quando um país está em crise económico-financeira”, quem tiver capital “deve investir”.

“Compra barato, ou ao desbarato”, e tem de “ter paciência e dinamismo para começar a criar de novo riqueza, a partir daí”, afirmou, sublinhando são “inteligentes e pragmáticos” os que assim investem: “É assim o sucesso que conheço de tantos grandes homens de negócio pelo mundo fora”.

O também Prémio Nobel da Paz de 1996 admitiu à Lusa não estar “à espera” desta homenagem em Beja, o que é revelador do “grande coração alentejano”, e disse ter ficado “agradavelmente surpreendido” pela “adesão de tanta gente” ao III Fórum dos Exportadores da CPLP, que se realiza até sábado.

“Eu receava que, com a crise-económico financeira que afecta tantos países da CPLP e o mundo, a adesão seria pouca, porque há muito desânimo”, afirmou, indicando, a título de exemplo, “a situação em Angola, onde há pessoas a regressarem”.

No âmbito do fórum promovido pela União de Exportadores da CPLP (UE-CPLP), Ramos-Horta sugeriu que empresários de vários países da comunidade, como Portugal, Brasil, Angola ou Moçambique, “juntem capital e esforços com empresários timorenses para explorar o mercado de Timor” e todo o “mercado da região do sudeste asiático e vice-versa”.

“A pouco e pouco podem-se formar núcleos solidários, não só de sentimentos, mas de interesses concretos”, indicou, considerando que Timor-Leste, no âmbito da CPLP, pode também funcionar como “centro de armazém e de reexportação de produtos de países da CPLP” para o sudeste asiático.

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