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Portugal entrega acervo científico da agricultura do tempo colonial

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís Capoulas Santos, transmitiu Segunda-feira, em Luanda, a disponibilidade de Portugal para entregar a Angola o acervo bibliográfico e científico agrícola do tempo colonial, conforme pretensão do Governo.

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A posição foi transmitida pelo governante português, que iniciou Segunda-feira uma visita oficial de quatro dias para reforço da cooperação bilateral nesta área, após reunir-se no Ministério da Agricultura com Afonso Pedro Canga.

"Tive a oportunidade de dizer ao senhor ministro que toda a informação referente a Angola dos arquivos coloniais que possam ser úteis ao Governo de Angola, o ministério da Agricultura português está inteiramente disponível para os facultar, como aliás já fez em relação a outros elementos", disse Luís Capoulas Santos, o primeiro ministro do executivo liderado por António Costa a visitar aquele país africano.

Em causa está informação técnica, científica e cartográfica sobre a produção agrícola e potencialidades angolanas, recolhida até 1975, durante o período colonial português.

"São instrumentos que podem ser úteis ao desenvolvimento das políticas de Angola", disse o governante, em declarações aos jornalistas.

"Portugal detém o maior acervo científico de Angola no domínio da Agricultura, fora de Angola. Então, há vantagens recíprocas em colaborar com Portugal", explicou o ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga.

"Cooperar nesta área é uma boa base para o reforço da cooperação entre Angola e Portugal, que ambos os governos desejam. Vamos identificar as áreas de cooperação prioritária que possam ser úteis para ambos os países, gostaríamos de passar de uma fase retórica da cooperação para uma fase concreta da cooperação", afirmou Capoulas Santos.

Durante a visita oficial de quatro dias, que decorre em simultâneo com a presença de uma missão empresarial portuguesa, o ministro Capoulas Santos vai conhecer vários projectos de produção agrícola, nas províncias do Bengo e do Cuanza Sul.

Em paralelo, técnicos das duas delegações vão identificar "projectos prioritários" de cooperação bilateral, aos níveis institucional e empresarial.

"Iremos traduzir essas prioridades em acordos concretos, acções concretas de cooperação, para que possamos executá-las a curto prazo", apontou o ministro, dando como exemplo a possibilidade de troca de experiências, formação e apoio nas relações internacionais, no domínio da cooperação institucional com o Governo.

"Portugal tem uma grande experiência, um grande conhecimento científico e técnico sobre a agricultura angolana, sobre as potencialidades, e conseguiu fazer uma revolução verde. Passou de uma agricultura antes de pouco desenvolvimento e baixa tecnologia, para uma moderna, desenvolvida e competitiva, em alguns produtos", sublinhou o ministro.

Por esses motivos, diz Afonso Pedro Canga, a colaboração de Portugal "pode ser útil", como na área científica e empresarial.

"Penso que temos um espaço de cooperação que podemos aproveitar para os dois países", apontou o ministro, reconhecendo que Portugal "pode servir de exemplo" à revolução agrícola que o país pretende realizar.

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