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Mário Costa defende que CPLP pode ser potência mundial no petróleo e gás

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem o potencial para, em bloco, ser a maior produtora de petróleo e gás e uma potência mundial, considerou o vice-presidente da Confederação Empresarial da organização.

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Em entrevista à Lusa a propósito dos 20 anos da CPLP, que se assinalam a 17 de Julho, Mário Costa sublinhou que "a CPLP pode ser uma potência mundial, não só pelo poder económico dos nove países que compõem a comunidade, mas pelo acesso que dá a 86 países que representam 30 por cento da população mundial".

Para o empresário, que é também presidente da União de Exportadores da CPLP, esta comunidade tem o potencial de ser "a maior produtora mundial de gás e petróleo", principalmente quando se desbloquearam as explorações de gás natural em Moçambique, no virar da década.

Fazendo um balanço geral dos últimos 20 anos da CPLP, Mário Costa elogiou a decisão de criar um novo pilar da lusofonia - a economia -, que se juntou aos pilares político e cultural.

"A CPLP resolveu, em 2010, dar uma nova dinâmica à organização, porque consolidada que estava a parte política e cultural, a CPLP podia cair no vazio", disse Mário Costa, considerando que os países devem ajudar-se uns aos outros.

"Portugal e Brasil são economias maduras, mas estagnadas, com o mercado interno a cair, mas têm empresas com ‘know-how’ e tecnologia que precisam de se internacionalizar", exemplificou o gestor, apontando que "as outras são economias virgens, muito dependentes do preço do petróleo, cujo preço, ao descer, deixou de chegar para cobrir as necessidades das populações".

Na semana passada, nas vésperas do terceiro Fórum dos Exportadores da CPLP, Mário Costa já tinha avançado à Lusa que um dos problemas que a CPLP enfrenta na realização de negócios é a desconfiança que ainda existe por causa "da relação conturbada entre os países nos tempos do colonialismo, que ainda é um estigma entre os mais velhos".

É por isso, continuou, que os jovens assumem um papel importante nesta estratégia: "Daqui a duas décadas, quando forem empresários, políticos, líderes de opinião, quando os jovens estiverem no poder político ou económico, podemos ter uma comunidade, uma verdadeira comunidade que faça uso da coisa mais importante que temos no mundo dos negócios, que é a língua comum".

Para isso, acrescentou, seria útil a criação de "corredores diplomáticos, com as divisas a fluir com maior rapidez, com mais intercâmbio de mercadorias através de corredores livres para os negócios, e uma diferença de tratamento relativamente aos vistos, porque um empresário não pode ser tratado da mesma maneira que um turista".

Segundo Mário Costa, "todos os governantes dos países lusófonos estão muito interessados em que haja legislação que favoreça os negócios neste espaço, e até aceitam que a UE-CPLP leve parceiros para criar legislação, porque uma das grandes deficiências é a certificação dos produtos agrícolas, e por isso não conseguem escoar a sua produção para o exterior".

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