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Canadiana nascida em Angola lança programa que junta crianças e adultos adoptados para partilha de experiências

A canadiana Rosimay Venâncio, nascida em Angola, quer ser um exemplo para os jovens sem-abrigo no país de acolhimento, depois de ter sido distinguida pela rainha Isabel II de Inglaterra.

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Email sent from: "Pelley, Lauren" lpelley@thestar.ca Date: 22 June, 2015 4:18:41 PM EDT Rosimay Venancio at her Canadian citizenship ceremony in Mississauga on June 22, 2015. Lauren Pelley/Toronto Star  

Nascida há 25 anos em Luanda, Rosimay Venâncio, vive há nove no Canadá, para onde foi viver com os pais, após uma passagem pela África do Sul. "Os primeiros dois anos foram normais, mas a partir do terceiro ano começaram a haver complicações entre os pais, que se separaram quando eu tinha 12", disse à Lusa, acrescentando que o pai regressou a Angola em 2003 e a mãe um ano depois.

Na opinião dos pais, Rosimay deveria continuar no Canadá "concluir os estudos", tendo sido acolhida por uma família de amigos dos pais, mas em 2005, porque o ambiente não era o melhor decidiu pedir ajuda à segurança social. 

"Eles (segurança social) ficaram preocupados porque uma criança menor de idade tinha solicitado ajuda. Entraram em contacto com uma instituição de adopção e fui viver com uma senhora que me acolheu como uma verdadeira mãe. Com duas filhas, e que sempre me tratou da igual", adiantou.

Após completar os 17 anos, as autoridades consideraram que "tinha idade para seguir o percurso sozinha", mas confessa ter ficado "muito deprimida" por passar a viver sozinha.

"Dos 17 aos 23 anos, andei sem rumo. Muitas das vezes não sabia onde ia dormir", afirmou.

Aos 23 anos conheceu uma família de idosos que a acolheu e que lhe permitiram ter "maior estabilidade emocional", tendo ingressado na vida académica, frequentando actualmente o 2.º ano do curso de Ciências de Saúde na Universidade de York.

A trabalhar no Hospital Central de Toronto, Rosimay encontrou numa superiora hierárquica, que também tinha sido adoptada, a "fonte de inspiração". "Ela ajudou-me a acreditar em mim. Incentivou-me de que era capaz de ir mais além, de que era inteligente e que tinha muito potencial", salientou, tendo resolvido criar uma instituição para ajudar jovens sem abrigo para integração na sociedade. 

O programa que ela lançou denomina-se CHEERS — 'Creating Hope and Ensuring Excellent Roads to Success', que possibilita o contacto entre crianças adoptadas com jovens adultos, bem-sucedidos nas suas experiências de vida enquanto adoptados.

No passado dia 22 de Junho, a Rainha Isabel II concedeu no Palácio de Buckingham, em Londres, um prémio de liderança a jovens que se destacaram nos países da Commonwealth, três deles provenientes do Canadá, um dos quais Rosimay.

No entanto, como ainda não era formalmente cidadã canadiana, teve que faltar à cerimónia oficial, mas para o ano tenciona viajar para Londres para receber a distinção.  

Para o futuro, Rosimay Venâncio quer ser política, trabalhando na área da Juventude e Saúde.  

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