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Cultura

Lisboa: fotografias de artista lusa revelam uso actual de edifícios coloniais em Luanda

O uso actual dos edifícios coloniais, construídos no centro de Luanda, em Angola, é o foco da exposição de fotografia da artista portuguesa Mónica de Miranda. Intitulada "Hotel Globo", a mostra pode ser vista no Museu do Chiado, em Lisboa, Portugal, até 27 de Setembro.

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A exposição incide sobre um edifício em particular, o Hotel Globo, no centro de Luanda, que ainda mantém um anúncio em néon num prédio de três andares, apesar de se ter tornado uma residência temporária para artistas.

De acordo com um texto sobre a exposição, "apesar de decadente, o edifício modernista mantém, no entanto, a grandeza que marcou o apogeu da arquitectura modernista no ultramar".

"Aparentemente, continua a ser um hotel, no entanto, a maioria dos quartos está vazia e não tem turistas. Na realidade, existem poucos turistas em Luanda. O Hotel é uma casa temporária de angolanos provenientes das províncias e da diáspora e, ao mesmo tempo, de artistas locais", adianta.

A artista visual procurou explorar a situação de abandono da função original dos edifícios coloniais e a sua apropriação e recriação pela população local, e o Hotel Globo acaba por se tornar uma metáfora sobre os lugares e os tempos coloniais e sobre a sua repercussão na memória e cultura luso-africanas.

"O Hotel Globo reúne histórias de resistência, de adaptação e de procura. Os espaços aqui retratados mostram fragmentos das vivências dos novos hóspedes que se instalam, não como proprietários, mas como habitantes", acrescenta o texto.

Mónica de Miranda nasceu na cidade portuguesa de Amarante, em 1976, vive e trabalha entre Lisboa e Londres, e o seu trabalho tem-se desenvolvido nas artes plásticas e na 'performance', criando projectos de arte pública e residências artísticas em galerias e instituições públicas internacionais.

A sua obra reflecte o interesse por temáticas ligadas à globalização, às novas geografias contemporâneas e ao hibridismo cultural.

No trabalho de pesquisa sobre o Hotel Globo, a artista descobriu a teia de relações sociais, culturais e políticas que se constroem em torno destes edifícios do tempo colonial, incorporando os seus "símbolos num processo de resgate e simultaneamente de reconstrução de valores territoriais, de pertença, e de identidade".

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