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Fortaleza do Penedo é inaugurada este ano e simboliza reconciliação entre Angola e Portugal

A reabilitação da Fortaleza de São Francisco do Penedo, que vai albergar o futuro Museu da Luta de Libertação Nacional, simboliza o “amadurecimento” e a “reconciliação histórica” entre Angola e Portugal, afirmou o embaixador português em Luanda.

: Facebook Embaixada de Portugal em Angola
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A obra, que está a cargo da empresa Mota-Engil e contou com apoio financeiro de Portugal, representa, segundo Francisco Alegre Duarte, um "gesto de maturidade na relação entre iguais", no ano em que se assinalam os 50 anos da independência angolana.

A Fortaleza de São Francisco do Penedo, localizada em Luanda, é uma das estruturas militares mais antigas da capital. Foi erguida no século XVIII pelos portugueses, com o objectivo de proteger a cidade e a baía de Luanda, e desempenhou um papel estratégico ao longo da História, sendo utilizada como quartel militar, depósito de escravos e prisão.

"Espero que esteja pronta a tempo do 11 de Novembro, mas não sou eu o dono da obra", explicou Francisco Alegre Duarte, referindo que a reabilitação está a cargo do Ministério das Obras Públicas de Angola e tem também a participação do Ministério da Cultura angolano.

O embaixador sublinhou a componente museológica, que tem contado com "um intercâmbio importante" entre os dois países, considerando que este projecto conjunto é um exemplo da forma como Angola e Portugal têm vindo a celebrar de forma mútua as datas históricas.

"No ano passado tivemos em Portugal, nas comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril, o Presidente João Lourenço. Este ano vamos ter aqui, ao mais alto nível, uma representação portuguesa também", notou, sublinhando que esta colaboração vai além do plano económico e institucional.

Outro momento simbólico recordado pelo diplomata português foi a visita, no ano passado, ao cemitério de Santana, em Luanda, onde estão sepultados cerca de 500 soldados portugueses.

"Foi realmente um momento solene, comovente", lembrou, defendendo que a iniciativa ilustra a capacidade dos dois países de lidarem com o passado de forma respeitosa e construtiva.

Francisco Alegre Duarte destacou também que as comunidades luso-angolanas são comunidades "de afectos", visíveis no acolhimento recíproco de angolanos em Portugal e portugueses em Angola, e na existência de muitos luso-angolanos.

"Temos uma estimativa que aponta para cerca de 130 mil cidadãos nacionais [em Angola], dos quais 60 por cento são duplos nacionais. Isto mostra bem o nível de entrosamento", disse, notando que a comunidade partilha também as "alegrias", como ficou patente, por exemplo, nos festejos pela vitória de Portugal na Liga das Nações, no Domingo.

Aos mais jovens, sem memória da descolonização, o diplomata deixou uma mensagem de confiança nas parcerias que têm sido construídas.

"Angola não tem melhor parceiro do que Portugal para enfrentar os desafios do futuro, nomeadamente na diversificação económica e na criação de emprego de qualidade, com formação de capital humano e de quadros locais", sublinhou, acrescentando que outras parcerias lusófonas, como as que envolvem o Brasil, são bem-vindas se contribuírem para o bem comum e para um "espaço de prosperidade partilhado".

O embaixador reforçou ainda que, apesar dos desafios próprios da imigração, a comunidade angolana em Portugal está "muito bem integrada" e constitui hoje um elemento fundamental para a relação entre os dois países.

"Muitas das maiores figuras da cultura angolana, da música e não só, estão em Portugal. Isso mostra como há uma relação muito próxima", argumentou.

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