"Embora ainda estejam aquém do seu verdadeiro potencial, as relações comerciais entre Moçambique e Angola têm vindo a crescer. Em 2024, as trocas comerciais entre os dois países atingiram cerca de 85 milhões de dólares norte-americanos", lê-se num comunicado da Confederação das Associações Económicas (CTA), divulgado sobre a visita de um grupo de 20 empresários angolanos a Moçambique.
Segundo a CTA, durante o ano de 2024, Moçambique exportou, principalmente, produtos agrícolas, alumínio, madeira e produtos da indústria ligeira, enquanto Angola exportou combustíveis, bens da indústria transformadora e serviços especializados.
O vice-presidente da CTA, Amândio Gume, citado no documento, defendeu que estes números "podem e devem ser multiplicados" através da promoção de investimentos cruzados, `joint ventures´, transferência de tecnologia e integração das cadeias de valor regionais entre os dois países.
Neste encontro, a CTA apresentou sectores com potencial para cooperação com Angola, "incluindo agricultura, onde Moçambique dispõe de mais de 36 milhões de hectares de terras aráveis, abundância de recursos hídricos e um clima propício à produção diversificada", mas também indústria e construção civil, destacando "investimentos em zonas económicas especiais, habitação e infraestruturas logísticas e urbanas", bem como energia ou turismo, exemplificando "com um dos litorais mais preservados e ricos da África austral", e serviços.
Na sua intervenção, descreve o comunicado, a presidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola – Moçambique (CCIAM), Célia Cipriano, referiu que esta missão empresarial "é apenas o início de uma nova etapa de cooperação, com o foco na internacionalização de empesas angolanas".
"Nos contactos, a delegação identificou algumas oportunidades. O passo que se segue é procurar transformar as intenções em investimentos e investimentos em impactos reais para os povos dos dois países", concluiu, realçando "a boa colaboração existente entre a CTA e a CCIAM".